CMB lança a Rede de Inovação em Saúde

Nesta quarta-feira, 4 de dezembro, a sede da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) foi palco do lançamento oficial da Rede de Inovação em Saúde – um programa de compartilhamento integrado entre os hospitais filantrópicos, que visa unir, integrar e gerar desenvolvimento técnico e científico para as instituições, através de pesquisas e projetos de inovação tecnológica. Na ocasião, o Acordo de Colaboração foi assinado pelo presidente da CMB, Edson Rogatti, bem como presidentes e representantes de 10 hospitais filantrópicos presentes, além do secretário de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, convidado como testemunha da ação.

Mário Homsi, diretor geral da CMB, fez uma apresentação panorâmica da rede e os benefícios almejados para os hospitais, a partir da cooperação mútua que se pretende alcançar por meio dela.  “A rede de inovação pode vir a diminuir o débito dos custos de manutenção dos nossos hospitais. Hoje, estou muito feliz por estarmos aqui, dando esse pontapé inicial em prol de melhorias para o setor filantrópico de saúde”, comemorou.

“Com essa rede pretendemos reunir várias ideias. Quero muito fazer isso acontecer, que será, provavelmente, através de uma plataforma que auxilie na organização dos processos. Uma motivação que materializa a intensão que tenho em me dedicar um pouco às causas das filantrópicas”, disse o médico e cientista da computação, Fábio Gandour, colaborador do projeto.

Júlio Flávio Dornelles de Matos, diretor geral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – onde a ideia da rede se originou -, destacou a experiência acumulada pelo hospital e a importância da rede para todo o segmento. “Tudo que agrega valor faz-se a inovação. Temos hoje na santa casa uma diversidade de processos de inovação em desenvolvimento, focando sempre na melhoria da eficiência, da receita e do custo. Mas sabemos que não adianta inovar sem compartilhar com as demais que querem fazer o mesmo. Não esperamos lucratividade com a inovação. Queremos compartilhar a possibilidade de melhorias para todos e poder transferir essas soluções com outras instituições”, explicou.

Na oportunidade, Francisco de Assis Figueiredo destacou o quão difícil é conceituar termos, como startups, plataformas, novas tecnologias, entre outros que permeiam a inovação. “O que penso sempre é como o SUS vai conseguir absorver a tecnologia que está por aí, especialmente num contexto orçamentário?”, desabafou o secretário e, acrescentou: “compartilhar as melhores experiências com as filantrópicas é para mim uma grande inovação e a grande inovação se faz com isso que estamos fazendo aqui hoje. Se isso acontecer num curto espaço de tempo já é um grande passo para o país”.

Francisco defendeu, ainda, que a inovação maior está no processo e sua mudança de percepção e fez um pedido: “que essas inovações venham a ser compartilhadas com o sistema de saúde como um todo, pois não podemos falar de saúde apenas no contexto filantrópico. O Ministério carece disso. O SUS precisa das filantrópicas”, destacou.

Entenda a rede

Segundo Jader Pires, diretor administrativo da Santa Casa de Porto Alegre, percebeu-se a existência de boas oportunidades sendo desenvolvidas no centro de inovação – criado no hospital -, bem como, outras boas oportunidades sendo desenvolvidas também em outras santas casas. Percebeu-se, ainda, que não havia nenhuma conexão dessas soluções. “A proposta que trouxemos para a CMB, que está agora liderando esse processo, é fazer com que as nossas santas casas se conectem em rede, por meio da Rede de Inovação em Saúde, para que a gente consiga proporcionar o melhor ganho operacional dos nossos hospitais e os melhores desfechos para os nossos pacientes”, contou.

De acordo com o diretor, o objetivo fundamental da rede é compartilhar tecnologias e processos inovadores, para que pacientes e instituições tenham a possibilidade de estar com a última tecnologia disponível no mercado e também ser vanguarda nesse estudo. “É lógico que num primeiro momento, os processos administrativos e as startups, que se relacionam muito mais com números, possuem uma vantagem, pois elas entregam resultados mais rápidos, mas também estaremos buscando soluções em pesquisas clínicas, testes e desenvolvimento de novos produtos”, explicou.

Segundo Jader, há mais hospitais interessados em aderir à rede. “Nessa fase inicial a rede já nasce com 10 hospitais, mas o objetivo é que, em três anos, haja pelo menos 50 hospitais engajados, compartilhando suas ideias e inovações. Focaremos em tudo que é inovação, em tudo que gere resultado, em prol de um novo valor e um melhor desfecho”.

Ainda, conforme explicado por Jader, a rede está na etapa inicial, mas já com ganhos para os hospitais participantes. “Já temos em porto alegre todo um pacote de metodologia, jurídico, e relacionamento, que será cedido para a rede. Conforme os conhecimentos vão sendo compartilhados pelos hospitais, pretende-se desenvolver uma plataforma para monitorar todos os projetos acontecendo no Brasil e também o estágio de cada um desses projetos – se já têm aprovação de viabilidade técnica, de ganho, operacional – para serem multiplicados com os demais. Num segundo momento, pretendermos disponibilizar isso para todos os hospitais do Brasil, inclusive para o Ministério da Saúde.

Fonte: CMB

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