COMUNICADO FEDERASSANTAS: impactos da greve dos caminhoneiros nos hospitais filantrópicos

Os hospitais filantrópicos e o setor da saúde também tem sofrido reflexo em razão da greve dos caminhoneiros que afeta todo o país.

Alguns hospitais filiados relataram à Federassantas as dificuldades que estão sendo encontradas para receber determinados produtos e manter os estoques de remédios, alimentos, suprimentos, insumos, dentre outros. Foi informado também que os fornecedores de gases medicinais já alertaram sobre o risco na produção e distribuição dos produtos. O transporte de pacientes também está sendo afetado em algumas cidades, prejudicando o atendimento à pacientes que necessitam de tratamento contínuo.

A Federassantas vem por meio deste comunicado alertar os gestores das nossas instituições para que se posicionem e comuniquem às Secretarias Municipais de Saúde, prefeituras, Superintendências e Gerencias regionais de Saúde e Ministério Público sobre os impactos e as consequências provocadas pela interdição das rodovias e a impossibilidade de entrega das mercadorias.

Orientamos também que os hospitais comuniquem aos gestores públicos as medidas que estão sendo tomadas pela instituição para não comprometer o atendimento e garantir a assistência aos pacientes; como, por exemplo, notificar quais serviços e atendimentos serão suspensos e quais serão priorizados.

A presidente da Federassantas, Kátia Rocha, orienta ainda que os gestores dos hospitais dimensionem a capacidade de atendimento com base na capacidade dos estoques. A presidente ressalta que mesmo com o encerramento da greve, demandará tempo para que o abastecimento das instituições retorne à normalidade.


HOSPITAIS COMUNICAM DIFICULDADES

Em Belo Horizonte, a assessoria de comunicação da Santa Casa de Belo Horizonte afirmou que está com dificuldades na entrega de alimentos e que estão buscando alguns produtos com veículos próprios da instituição para driblar o bloqueio nas estradas. O Hospital da Baleia, que é referência em pediatria e oncologia, já registra atraso na entrega de alguns medicamentos, inclusive oncológicos, mas que ainda não há consequências para os pacientes. O Hospital São Francisco está em alerta para o estoque de solução de hemodiálise e oxigênio, caso as entregas não sejam realizadas. De acordo com a assessoria, o estoque de antibióticos também é baixo e o hospital já prevê medidas como reduzir as internações e priorizar somente as cirurgias de urgência.

Na Zona da Mata, o Hospital São Paulo (Muriaé) informou que caso não haja reposição, vai faltar oxigênio. O estoque disponível só consegue atender a demanda até a próxima terça-feira, pois o hospital conta com um elevado número de pacientes com problemas respiratórios, principalmente idosos e crianças. De acordo com a instituição, o transporte e encaminhamento de alguns pacientes em tratamento de hemodiálise e de câncer estão suspensos. Outra ocorrência registrada é a falta de materiais; ontem, por exemplo, o hospital precisou pedir emprestado em outra instituição um tipo de fio cirúrgico para garantir os atendimentos.

Em Juiz de Fora, a Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer), o transporte de pacientes para as Casas de Apoio está comprometido. O atendimento ambulatorial de pacientes de cidades vizinhas também é incerto para a próxima semana. Muitas mercadorias estão com envio atrasados, o hospital trabalha com um estoque reduzido, mas ainda não afetou drasticamente a instituição. Ainda em Juiz de Fora, a Santa Casa informou que já suspendeu as cirurgias eletivas para priorizar os atendimentos de urgência e emergência.

O Hospital São João (São João Nepomuceno) já registra a falta de materiais de laboratório, como tubo de exames, escalpes, seringas e que como consequência teve que reduzir a marcação de exames. O hospital alertou também que o estoque de antibióticos está em estado crítico e que caso continue sem o fornecimento deverá suspender as cirurgias eletivas e atender apenas os pacientes já internados e de urgência.

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