Febre amarela: dose reduzida da vacina imuniza por oito anos

A estratégia anunciada pelo Ministério da Saúde (MS), na última terça-feira (8/1), de fracionar a vacina de febre amarela para três estados brasileiros teve como base um estudo da Fiocruz, realizado pelo seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), que comprova que a dose reduzida da vacina gera uma proteção equivalente à da dose padrão por oito anos.

Durante o anúncio do ministro da Saúde, Ricardo Barros, a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, reforçou a importância estratégica da Fundação nas áreas de produção, pesquisa e vigilância. “A Fiocruz tem o papel não apenas de produzir as vacinas de febre amarela, mas também de produzir o conhecimento científico necessário para tomadas de decisão e atuar em estratégias de vigilância, que são fundamentais para o debate de novos estudos”, explicou.

A pesquisa com doses fracionadas da vacina de febre amarela teve início em 2009, com a aplicação de diferentes dosagens em 900 voluntários de um estudo clínico. A iniciativa teve financiamento da organização britânica Wellcome Trust e apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 2017, os mesmos voluntários foram chamados para participar de uma segunda etapa da pesquisa que avaliou a soropositividade, ou seja, a imunidade que eles ainda tinham após o período de oito anos. Da amostra inicial, foram analisados dados de 319 participantes.

Os resultados apontaram que mesmo com a aplicação da dose reduzida em 1/5 da dose padrão, a vacina de febre amarela de Bio-Manguinhos/Fiocruz ainda sustentava a proteção similar à inicial. A dose reduzida em 1/5 não é, portanto, mais fraca que a dose padrão. Isso acontece porque, apesar de reduzida, a dose ainda induz o organismo a produzir anticorpos em níveis necessários à proteção contra a doença.

“Verificamos que a potência da vacina excede o mínimo suficiente para induzir a produção de anticorpos no organismo necessários à imunização. Com uma potência mais baixa, como uma redução em 1/5, por exemplo, conseguimos obter o mesmo efeito”, explica um dos autores do estudo e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Luíz Antônio Camacho.

Veja reportagem completa: Agência Fio Cruz
(Foto: Agência Fio Cruz de Notícias)

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