Novo medicamento impede a morte de neurônios depois de um AVC

Um dos maiores problemas causados pelo acidente vascular cerebral isquêmico (AVC), o popular derrame, são os danos neurais, já que o desequilíbrio do fluxo sanguíneo faz com que neurônios fiquem sem oxigênio e, consequentemente, morram. Algumas células nervosas, porém, resistem aos danos, mas ficam enfraquecidas, sendo eliminadas pelo organismo antes de se recuperarem.

 Pesquisadores americanos desenvolveram um medicamento que inibe a área do sistema de defesa responsável por essa tarefa, com o objetivo de evitar a perda de neurônios. A droga foi testada em ratos e surtiu os resultados esperados. Os resultados foram divulgados na última edição da revista Science Translational Medicine.
urante um derrame, os neurônios são atingidos de formas distintas, conforme o local em que estão no cérebro. “Existe um núcleo isquêmico onde ocorre a maior privação de oxigênio. Neurônios nessa área são irremediavelmente danificados e morrem. Mas neurônios danificados fora do núcleo do AVC podem ser recuperados”, detalha, em comunicado, Stephen Tomlinson, principal autor do estudo e professor do Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Medicina da Carolina do Sul (MUSC, em inglês).
Quando células no núcleo isquêmico morrem, liberam toxinas no tecido cerebral à volta. “Neurônios com baixo oxigênio e localizados nessas áreas próximas respondem se fechando temporariamente. É tudo parte dos processos homeostáticos normais do corpo, mas, no derrame, isso inapropriadamente rotula os neurônios vivos para eliminação”, detalha o autor. Por conta dessa ativação, as células nervosas enfraquecidas acabam sendo mortas pelo sistema complemento, um componente da defesa do corpo que age na lesão e na recuperação do derrame. “Infelizmente, o complemento é ativado e sinaliza que esses neurônios danificados devem ser eliminados antes que tenham a chance de se recuperar”, diz Tomlinson.

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