Software evita rejeição nas transfusões de sangue

A maior parte das pessoas está familiarizada com os tipos sanguíneos A, B, AB e O, mas existem outras centenas de grupos antígenos nas células vermelhas — substâncias que podem desencadear respostas imunológicas no organismo — que diferem de indivíduo para indivíduo. Quando alguém recebe uma transfusão, caso esses antígenos não sejam reconhecidos pelo corpo, pode até morrer. Atualmente, não existem métodos para determinar todos eles. Porém, à medida que o sequenciamento total do genoma se tornar rotineiro para os pacientes, talvez seja possível identificar tanto os doadores quanto os receptores em risco de rejeição, uma condição rara, antes das transfusões.
Em um estudo publicado na revista The Lancet Haematology, pesquisadores do Hospital Brigham and Women e da Faculdade de Medicina de Harvard, além do Centro de Sangue de Nova York, divulgaram o primeiro teste de sequenciamento total do DNA para desenvolver e validar um programa de computador custo efetivo que determine as diferenças nos tipos sanguíneos com mais de 99% de acurácia.
“Complicações em transfusões de sangue são comuns em pacientes que precisam desse procedimento de forma crônica, mas, com a tecnologia atual, não é financeiramente possível fazer a testagem de sangue para todos os antígenos”, diz William Lane, diretor do Laboratório de Informática Clínica do Hospital Brigham and Women e primeiro autor do artigo. “Mas o algoritmo que desenvolvemos pode ser aplicado para testar todo mundo para todos os grupos sanguíneos relevantes a baixo custo, assim que for obtido o sequenciamento”, complementa.

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