Transplante de medula muda vida de pessoa com doença falciforme

Em 2005, a vida de Elvis Magalhães mudou. Aos 38 anos, ele foi um dos primeiros pacientes a receber transplante de medula para curar a doença falciforme. A partir daquele momento, ele se livrou de dores nas articulações, infecções constantes, palidez, dentre outros sintomas da doença.

“Deu uma modificada na vida. Eu vejo a doença crônica como um contrato com a vida, no qual você tem de estar o todo dia fazendo exercício na madrugada por conta do priaprismo, cuidando da saúde. Depois do transplante foi como se rasgasse um contrato. Eu não precisava mais ir toda semana no hospital para fazer consultas e exames”, desabafa Magalhães, que chegou a ficar internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a precisar de transfusão de sangue a cada 40 dias por causa da doença.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde suspendeu o limite de idade para transplante de medula como tratamento para doença falciforme, após a análise de evidências científicas. Em 2015, quando foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS), a terapia era para pessoas até 16 anos. Para a realização do procedimento, a pessoa precisa ter irmã ou irmão doador com medula compatível, entre outros critérios clínicos.

Aos 51 anos, Elvis Magalhães conta que após o tratamento começou a ter uma nova perspectiva de vida e a viajar para lugares mais distantes de casa. Por causa das crises de dores causadas pela doença, evitava viajar com o medo de não conseguir o atendimento adequado. “Pude ver a formatura do meu filho em direito. Também comecei a ter mais expectativa de vida. A partir do transplante, minha chance de vida é maior”, relata o aposentado, que é membro da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme e coordenador científico da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal).

Diagnóstico da doença falciforme

A doença falciforme é genética e hereditária. Ela é causada por um defeito na estrutura da Hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante. Isso dificulta a circulação de oxigênio nos tecidos. Os principais sinais da doença são dores crônicas, infecções e icterícia, e ocorrem já no primeiro ano de vida.

Já nos primeiros meses de vida, Elvis Magalhães começou a ter sintomas, como cor amarelada no corpo, pele pálida e muita dor. A mãe dele, que tinha perdido uma filha de dois anos por causa da doença, viu a repetição dos sintomas e começou uma maratona à procura de ajuda até conseguir o diagnóstico.

Após o diagnóstico, a família saiu de Anápolis (GO) para Brasília em busca de melhor atendimento. Ao longo dos 38 anos convivendo com a doença, Magalhães teve diversas internações, crises de dores, pneumonia de repetição, síndrome torácica aguda (STA) – que é a maior causa morte de pessoa com doença falciforme, e achegou a ser internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) diversas vezes.

Atualmente, o diagnóstico da doença falciforme é feito na triagem neonatal, no exame conhecido como teste do pezinho, realizado nos primeiros dias de vida. Se não realizado, a eletroforese de hemoglobina é o exame utilizado para o diagnóstico da doença a partir do quarto mês de vida. É crucial que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível.

Para saber mais acesse http://www.blog.saude.gov.br/index.php/servicos/53389-transplante-de-medula-muda-vida-de-pessoa-com-doenca-falciforme

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