Estudo da UFMG aponta falta de ar e fraqueza muscular como sequelas de casos graves de Covid

Pesquisa que acompanha pacientes após alta hospitalar também verificou que são recorrentes os casos de aparecimento ou agravamento de ansiedade e depressão

 

Falta de ar e fraqueza muscular estão entre as possíveis sequelas resultantes da batalha contra a Covid-19, mesmo após a alta hospitalar. É o que aponta um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que acompanha pacientes que ficaram internados no Hospital das Clínicas. O estudo é feito a partir da observação de um grupo inicial de cerca de 60 pacientes – número que pode chegar a 400. São pessoas que tiveram a forma grave da doença e precisaram ser hospitalizadas entre maio e julho deste ano.

Estes pacientes serão acompanhados ao longo de um ano e meio a dois anos. O objetivo é avaliar alterações da função pulmonar, capacidade muscular e, também como a qualidade de vida pós-contágio pode ser afetada. “Ao longo do tempo, queremos observar se estas alterações, que são inflamatórias, vão se resolver ou se vão deixar cicatrizes e produzir fibrose pulmonar. Já tem impressão que pode produzir fibrose pulmonar. Mas a gente não sabe a permanência disso”, disse a pesquisadora e professora de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Carolina Marinho.

De acordo com a pesquisadora, a fibrose pode interferir na capacidade de respirar, na absorção de oxigênio e na eliminação do gás carbônico. Isso pode produzir cansaço e impedir a execução das atividades da vida habitual. “A gente tem observado que pacientes continuam tendo falta de ar, tosse, uma fadiga, incapacidade para exercer qualquer atividade, como tomar banho e trocar de roupa”, disse a pesquisadora.

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