Recentemente, o Governo Federal zerou a alíquota de importação de quase 500 produtos hospitalares complexos, a fim de aumentar o poder de investimento dos hospitais nesses equipamentos e tratamentos, ofertando mais qualidade para os pacientes.
Apesar de considerar a importância da medida e um avanço para o setor, não podemos nos esquecer da necessidade de, também, criar subsídios para os fabricantes nacionais, uma vez que a medida aprovada terá impacto sobre eles, especialmente se analisarmos que o volume de importação já é muito superior à produção interna, segundo dados da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios).
De acordo com a ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), a média de investimentos em bens de capital representa cerca de 10% das receitas brutas dos 121 hospitais filiados à entidade, dado que corrobora com a medida do Governo e também com a necessidade de desenvolvermos políticas de incentivo às empresas nacionais para produção desses equipamentos, como máquinas de produção de medicamentos, exames e cirurgias, para que sejam competitivas.
Um dos pilares da logística hospitalar, na qual atuo há mais de 30 anos, é o investimento nos recursos tecnológicos que impactam expressivamente para a melhor performance dos projetos que gerenciamos, a partir de otimização de processos, aumento de eficácia e segurança, e maior economicidade em todas as pontas. Por isso, sabemos a dimensão da medida do governo para o desenvolvimento de grandes oportunidades para os serviços de saúde do nosso país.
Mas também consideramos que medidas como estas sejam analisadas quanto ao atingimento de toda a cadeia envolvida, favorecendo para além dos serviços de saúde nacionais, também a indústria fornecedora nacional para que o País promova equilíbrio e crescimento sustentável para todos.
Fonte: Domingos Fonseca, Presidente da UniHealth Logística Hospitalar
