Risco é maior em menino caçula de menina diagnosticada com transtorno.
Os transtornos do espectro autista (TEA) são fruto de uma mistura de fatores genéticos, preponderantes, e gatilhos ambientais ainda pouco compreendida, numa ideia que é reforçada por observações de que, se um casal tem um filho ou filha com o problema, é maior a chance de uma segunda criança também o desenvolver. E embora também se observe que meninos são muito mais suscetíveis ao autismo do que meninas, numa proporção de quatro casos entre eles para cada um nelas, as razões por trás desta diferença são outro mistério.
Diante disso, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, EUA, decidiram calcular estes riscos cruzados, isto é, se o gênero do primogênito diagnosticado com autismo de alguma forma se traduz em uma maior ou menor chance de que seu irmão ou irmã também tenha algum transtorno do tipo. Para tanto, eles analisaram informações de mais de oito anos de pedidos de reembolsos feitos por clientes de uma grande empresa americana de seguro de saúde, verificando que esta chance é significativamente maior quando o filho mais velho autista é uma menina e o caçula, um menino.
— Nossos resultados nos dão um bom grau de confiança para medir o risco de recorrência do autismo nas famílias afetadas baseados no gênero da criança — resume Nathan Palmer, primeiro autor do estudo, publicado ontem no periódico científico “Jama Pediatrics”, e instrutor de informática biomédica da Escola de Medicina de Harvard. — É importante podermos dar a pais preocupados que têm um filho com a condição alguma ideia do que podem esperar de seu próximo filho. Esta informação é crítica dado como ficamos melhores em detectar a doença cada vez mais cedo na vida (da criança).
Veja reportagem completa em:
O Globo/Sociedade
(Foto: Pixabay)