Reunião debateu questões relacionadas ao fluxo de atendimento a pacientes oncológicos para melhoria e qualidade no tratamento
Na manhã desta quinta-feira (6), foi realizado um encontro entre representantes do Hospital Bom Samaritano (HBS), secretários de saúde de oito municípios que compõem a Microrregião de Resplendor, que pertencem a Macrorregião de Valadares, e os representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, responsável por autorizar os serviços solicitados e da Superintendência Regional de Saúde. Na pauta, o fluxo de atendimento no setor e as burocracias que dificultam a agilidade exigida no tratamento oncológico.
Durante o encontro, o diretor do HBS, médico José Pedro Vieira apontou algumas dificuldades enfrentadas pelos pacientes até serem encaminhados para o Hospital Bom Samaritano, como o tempo para agendamento de consultas e exames. “Passamos momentos difíceis, onde atendemos mais de 90% dos pacientes pelo SUS, a tabela está há 15 anos sem reajuste, preços de insumos e peças de equipamentos não param de subir, mesmo assim, fazemos o nosso melhor, conhecemos a história de cada um que chega até aqui e não podemos deixar que as mesmas dificuldades enfrentadas há 30 anos, aconteçam agora, infelizmente é isso que tenho visto”, desabafa Vieira preocupado com a quantidade de pacientes que são encaminhados ao HBS já em estágio avançado da doença, muitas vezes pela demora no encaminhamento.
Ainda em sua fala, Vieira cobrou dos gestores, ações para que o processo tenha menos burocracia. “Temos que lutar para que o paciente tenha uma chance de cura, de realizar o tratamento no tempo certo. É um absurdo ver que o paciente perdeu a chance porque não foi agendada consulta, não teve o encaminhamento adequado” pontuou.
A coordenadora de atenção a saúde da Superintendência Regional de Saúde (DRS), Carolina Lavíola pediu a palavra para destacar a importância de ações como as de hoje, onde a busca de soluções é a principal razão dos debates. “Estamos vendo as dificuldades encontradas em cada munícipio, por meio de relato dos gestores podemos melhorar dando ao paciente mais tempo e qualidade de vida”, afirmou Lavíola.
O Secretário de Saúde de Santa Rita do Itueto, Fernando Paulo Repossi aproveitou a oportunidade para apresentar os problemas enfrentados pelo município. “As demandas oncológicas não param de crescer, enfrentamos diariamente problemas para marcação de cirurgias. A burocracia não está somente na quantidade de papéis para marcações de cirurgias e exames, uma simples consulta pode demorar semanas”, denunciou Repossi.
Para o diretor do Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria (DCAA) da Secretária Municipal de Saúde de Governador Valadares, Farley Silveira de Alencar, a união dos municípios sobre a discordância das ações estabelecidas por meio de portarias, devem representar uma mudança no quadro. “Hoje tratamos de assuntos inerentes à saúde de uma microrregião, como fluxo hospitalar, atendimento e estratégia para melhorias. Além disso, alguns municípios trouxeram demandas em um momento para tirar dúvidas e compartilhar experiências”, pontuou Alencar, que não fechou as portas e complementou: “seguimos critérios estabelecidos e determinações especificas, se as normas estão sendo um empecilho, podemos propor ações que viabilizem o acesso a população a um atendimento mais humanizado possível”.
Atendimento no HBS
Os estabelecimentos de saúde habilitados como Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), como é o caso do Hospital Bom Samaritano, devem oferecer assistência geral e especializada, e integral ao paciente com câncer, atuando no diagnóstico e tratamento do paciente.
O HBS é o único centro médico de todo o Leste de Minas que atende pacientes do SUS em Oncologia. Além de recursos técnicos de ponta, o alto nível de sofisticação tornou-se uma marca dos serviços prestados com equipes multidisciplinares, bem treinadas e com foco na humanização.
Dados apresentados no relatório de gestão de 2021 mostram que foram realizadas 10.796 consultas médicas, 1108 cirurgias oncológicas e 504 internações. Radioterapia, quimioterapia e consultas pelo SUS totalizaram 25.330.
Complexo Hospitalar Bom Samaritano
Mantido pela Beneficência Social Bom Samaritano, que há 73 anos trabalha em prol da saúde dos valadarenses e de moradores dos mais de 89 municípios de todo Vale do Rio Doce, o Hospital Bom Samaritano está em pleno funcionamento há 22 anos, mas desde 1998 presta o serviço de combate ao câncer na cidade (23 anos como hospital do Câncer de Governador Valadares).
É considerado um Complexo Hospitalar, tem cerca de 1.440 colaboradores (incluindo os serviços terceirizados) e é responsável por cerca de 40% dos leitos hospitalares da cidade. O HBS teve em 2021, 88,53% dos seus atendimentos voltados para pacientes encaminhados pelo SUS o que reforça seu caráter filantrópico e os outros 11.47% de atendimentos restantes são de convênios, particulares e filantropia.
Números de 2021, registrados no Relatório de Gestão da mantenedora, mostram que foram realizados 8.054 internações hospitalares e 310.479 atendimentos ambulatoriais.
O Hospital Bom Samaritano conta com residência médica, autorizada pelo MEC, nas áreas de Cardiologia, Nefrologia, Otorrinolaringologia, Intensivista, Oncologia Clínica e oftalmologia e tem convênio com a Universidade Federal de Juiz de Fora e com a Univale, ambos para garantir espaço de estágio aos estudantes, cumprindo seu papel e sua missão junto à comunidade onde está inserido.
E considerado referência em alta complexidade para toda a região nas áreas de Oncologia, Nefrologia, Cirurgia Bariátrica, Ouvido Biônico, Cardiologia, Traumatologia e Ortopedia, sendo todos serviços os credenciados pelo SUS e administra UPA 24h considerada Tipo III de Complexidade Intermediária (100% SUS).
Fonte: Dados do Relatório de Gestão de 2021
Créditos: Assessoria de Comunicação Hospital Bom Samaritano – Lígia Heringer
