Paciente da Santa Casa BH escuta pela primeira vez após passar por um implante coclear

Paciente da Santa Casa BH escuta pela primeira vez após passar por um implante coclear

Prótese no ouvido colocada na pequena Luna é usada para tratar os casos de surdez; a Santa Casa BH é referência em saúde auditiva por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado.

Alegria e emoção transbordaram no consultório de Fonoaudiologia do Ambulatório Especializado Santa Casa BH, localizado na rua Domingos Vieira, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. Isso porque a pequena Luna Victória, de 3 anos, ouviu pela primeira vez, após a ativação do implante coclear, na manhã da última quarta-feira (24/1).

O implante coclear, também conhecido como “ouvido biônico”, é um procedimento pioneiro na Santa Casa BH, que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica é utilizada quando os aparelhos auditivos habituais não conseguem auxiliar na perda da audição e pode ser implantada em bebês e adultos. O implante coclear consiste na inserção de um dispositivo que é colocado debaixo da pele atrás da orelha. Eletrodos são colocados na cóclea e funcionam como se fosse um substituto do ouvido interno.

De acordo com a equipe multidisciplinar de saúde, uma das possíveis causas da perda auditiva de Luna tenha sido provocada devido ao excesso de medicamentos ototóxicos que ela recebeu durante o período neonatal. Como a menina nasceu prematura de oito meses, ela precisou ficar internada 38 dias na UTI. Estudos apontam que as substâncias tóxicas exercem ação predominante na orelha interna, podendo afetar a audição.

A fonoaudióloga da Santa Casa BH, Joana Pires, conta que a ativação do implante coclear em crianças que nunca ouviram e não falam é mais desafiadora. Nesses casos, são enviados estímulos ao nervo auditivo da paciente, que são regulados na hora, e são feitas análises das respostas comportamentais. “A ativação do implante da Luna foi um sucesso. Ela é uma menina muito esperta e tenho certeza que terá um desenvolvimento escolar e social muito bom”, explica.

A história da Luna é mais um exemplo de como a tecnologia aliada a profissionais capacitados pode transformar a vida das pessoas, proporcionando a elas a oportunidade de desenvolver e se comunicar com o mundo. “Para nós, que lutamos para levar saúde de ponta para todos, esse é um momento muito importante, pois estamos oferecendo mais saúde e qualidade de vida para quem mais precisa”, ressalta a fonoaudióloga.

Teste de surdez

Virna Beatriz, mãe da criança, conta que a filha fez três testes da orelhinha quando ainda era bebê, com resultados inconclusivos. “Somente após outros exames e avaliações otorrinolaringológicas é que descobrimos a perda auditiva nos dois ouvidos. A Luna tinha três meses de vida”, relata.

Com a descoberta da surdez, a menina chegou a usar aparelho auditivo por alguns meses, mas não teve resultados satisfatórios. Luna é de Guarda dos Ferreiros, Rio Paranaíba – MG, e a família veio para Belo Horizonte em 2023 à procura de um tratamento especializado, até chegar à Santa Casa BH – referência em saúde auditiva por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado.

Implante Coclear

A coordenadora do serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa BH, Dra. Mirian Cabral foi a responsável pela cirurgia. Ela conta que o implante coclear é feito em duas etapas. A primeira consiste em realizar o procedimento cirúrgico para colocar o implante, que substitui a cóclea, uma estrutura que parece um caracol e que recebe a transmissão do som e dirige esse estímulo para o nervo que vai para o cérebro, permitindo assim que a paciente ouça e compreenda o que foi escutado. O dispositivo possui eletrodos que penetram em todo o canal da cóclea, ocupando o lugar das células defeituosas.

A segunda parte, que acontece cerca de 30 dias após a cirurgia, é o momento da ativação do implante, com a colocação do processador de som externo. Para a criança, seus familiares e a equipe multidisciplinar que acompanha a Luna, esse é um momento muito especial, porque é a fase que ela realmente vai ouvir.  “É um marco. Além do ganho da audição, ela agora irá desenvolver a linguagem verbal, se comunicar com o mundo e terá melhores condições de saúde e bem-estar. A inserção da Luna na sociedade terá grande impacto na vida familiar e em seu futuro”, diz a Dra. Mirian.

A mãe da pequena Luna ficou muito emocionada ao ver sua filha ouvir pela primeira vez e dar um lindo sorriso. “Após tantos meses de luta, o meu sonho está se tornando real. Desde quando a minha filha nasceu, o meu desejo e de toda família era que ela pudesse ouvir, conhecer a minha voz. O que eu mais desejo agora é escutar ela dizer ‘mamãe’”, emociona-se.

Assessoria de Imprensa: Natália Mansur

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