A Santa Casa BH, o maior centro transplantador de Minas Gerais, faz um alerta: precisamos aumentar o número de transplantes de rins pediátricos. Em 2024, 14 crianças foram transplantadas. Este ano, até o momento, foram somente 2. A situação é ainda mais alarmante quando se observa que o Centro de Nefrologia da Santa Casa BH, uma referência em tratamento de hemodiálise para pacientes infantis, atende, atualmente, 15 pacientes com até 12 anos de idade, apenas um abaixo da capacidade máxima.
A rotina de quem faz hemodiálise não é fácil. São necessárias normalmente 3 sessões por semana que duram, em média, de 3h a 4h cada uma. Além do cansaço causado pelas sessões, ainda precisam lidar com as longas distâncias, já que muitos desses pacientes – e seus familiares – vêm de outras cidades. Além disso, acabam comprometendo o seu desenvolvimento pedagógico por não conseguirem manter a rotina escolar devido ao tratamento. Para todas elas, somente o transplante é a solução.
Todos os anos, a sociedade se une no Setembro Verde, o mês dedicado a chamar a atenção sobre a importância da doação de órgãos. Porém, devido ao baixo número de transplantes realizados até o momento, a Santa Casa BH conta com o apoio da imprensa mineira para se sensibilizar e ajudar na divulgação desde já. “Temos crianças que já estão há 1 ano e meio aguardando por um transplante e não podemos esperar tanto. Sabemos que existem sazonalidades no número de doações que são diretamente impactadas pelas campanhas, por isso a gente resolveu pedir a ajuda de toda a imprensa porque sabemos da importância que ela tem para levar esse assunto adiante” é o que afirma Thais Azevedo, coordenadora da Unidade de Transplantes da Santa Casa BH.
A palavra convence. O exemplo arrasta
Em 2023, o apresentador Faustão mostrou como o aumento no número de doações é impactado diretamente quando o assunto está em pauta. Após submeter-se a um transplante de coração, houve um aumento de 128% nos registros em cartório de indivíduos que desejam ser doadores de órgãos.
Esse documento é chamado de DAV, Diretivas Antecipadas de Vontade, ou testamento vital. Nele, a pessoa expressa suas preferências sobre cuidados médicos futuros, incluindo a doação de órgãos, para o caso de ficar incapacitada de tomar decisões por si mesma. Também é possível fazer isso de forma totalmente eletrônica, por meio do site aedo.org.br. Apesar disso, é importante lembrar que o DAV não substitui a decisão final, que é da família.
Doação de órgãos bate recorde, mas ainda pode melhorar
Em números gerais, o Brasil é reconhecido como um dos países com maior número de doação de órgãos no mundo e em 2024 bateu o recorde histórico de transplantes realizados pelo SUS, com mais de 30 mil procedimentos, segundo dados do Ministério da Saúde. Esses números poderiam ter sido ainda maiores já que há um número significativo de famílias que se recusam a doar os órgãos de um parente que teve morte encefálica. “A taxa de recusa da doação de órgãos varia de 46% a 60% dependendo do estado, sendo que uma pessoa pode tirar até duas crianças da hemodiálise e dar a ela e a família mais qualidade de vida”, afirma o nefrologista pediátrico Marcelo Tavares.
Santa Casa BH: saúde de ponta para todas as idades
Esse pedido de apoio vem de um hospital acostumado a receber pacientes que viveram pouco mas têm muito a realizar e proporcionar a eles um espaço digno de uma segunda casa. Em outubro de 2024, a Santa Casa BH inaugurou um serviço especializado em Hematologia Pediátrica, com novos leitos e uma equipe especializada para atender aos pacientes infantojuvenis.
No mês seguinte, 6 videogames foram doados para os pacientes do Centro de Nefrologia, a fim de tornar as longas sessões de hemodiálise menos entediantes para as crianças. A instituição já conta com o apoio do deputado federal Diego Andrade e do deputado estadual Mário Henrique Caixa, que desempenham um papel fundamental como “Guardiões dos Transplantes” no projeto “Guardiões da Saúde” – uma iniciativa da Santa Casa BH que aproxima os parlamentares da instituição e assegura melhorias nos serviços.
Fonte: Assessoria de Comunicação Santa Casa BH
