Artigo: Tabagismo e os cigarros eletrônicos: aroma agradável e uma entrega elevada de nicotina
Dra. Lina Luzia Soares de Oliveira Silva, médica da Atenção Primária da Usifamília da Fundação São Francisco Xavier (FSFX)
O tabagismo é um dos principais perigos à saúde do ser humano. Considerado por especialistas em saúde como uma doença crônica, que afeta aqueles que têm dependência pelo uso da nicotina, é responsável por 90% das mortes causadas por câncer de pulmão, além da relação com outros tipos da doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Para conscientizar a população sobre o assunto e intensificar a sensibilização da população sobre os danos causados pelo uso do tabaco, foi instituído no Brasil, pela Lei nº 7.488/1.986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado no dia 29 de agosto, data que vem sendo lembrada desde 1986.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, cerca de 15% das mortes causadas por tabagismo no mundo correspondem aos fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fazem o uso direto do produto. São considerados produtos com nicotina, cigarro comum, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, narguilé, fumo-de-rolo e ainda os dispositivos eletrônicos, denominados vapes.
Os cigarros eletrônicos, também chamados de “vapes”, e-cigarros, e-cigs, e-cigarettes ou “pen drive” têm um apelo atrativo, em especial, para jovens, inclusive aqueles que nunca fumaram.
Seus usuários são persuadidos pelos aromas agradáveis, sabores variados e propaganda de inovação tecnológica. Mas, apesar de não produzirem combustão como os cigarros comuns, contêm nicotina e várias substâncias químicas danosas ao organismo e cancerígenos comprovados.
A nicotina é a responsável por causar dependência, além de aumentar os riscos de outras doenças como Hipertensão arterial, Infarto do miocárdio e Acidente vascular cerebral.
Tem sido divulgado como “menos danosos” do que cigarros tradicionais e vendidos como alternativa para aqueles que desejam cessar o tabagismo.
Todavia, estudos revelam que os usuários destes dispositivos têm risco 3 vezes maior de consumir também os cigarros convencionais. Com aroma agradável e uma entrega elevada de nicotina podem levar a um consumo cada vez maior dessa substância piorando a dependência das pessoas em uso.
Grupos importantes como a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia já se posicionaram veementemente contra esses produtos. Especialistas acreditam que a longo prazo poderemos descobrir muitos outros malefícios ocasionados pelo vapes.
Nosso objetivo é que as pessoas tenham consciência dos riscos deste produto e cessem o consumo. É importante desmistificar a crença de que este produto seja inofensivo ou leve a um menor riscos. O vape contém nicotina, droga que leva a dependência e que aumenta risco de AVC, Hipertensão arterial e Infarto do miocárdio. Além disso, tem mais de 80 substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados.
Ainda segundo a médica, o uso do cigarro eletrônico aumenta cerca de três vezes as chances de o paciente passar a fumar cigarros comuns, o que de acordo com ela não deve ser usado como estratégia para quem deseja parar de fumar.
A luta contra o tabagismo é um papel de todos: governos, comunidade científica e sociedade. É preciso mais campanhas de conscientização sobre os malefícios do tabaco e reforçar a qualidade de vida que os ex-tabagistas passam a ter quando largam o vício.
Assessoria de imprensa: Sarah Faustino
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