Cientistas desenvolvem molécula para bloquear parasitas da malária

O composto pode ser usado como medicamento e também como uma ferramenta que bloqueia a transmissão da enfermidade por insetos.

A resistência de micro-organismos a remédios é um dos maiores problemas enfrentados pela área médica. Assim como os antibióticos, os medicamentos antimaláricos têm perdido o efeito. Em busca de novas opções para tratar essa enfermidade tropical, investigadores internacionais desenvolveram uma molécula que consegue bloquear a invasão dos parasitas da malária nas células sanguíneas, impedindo também sua replicação. A substância mostrou resultados animadores em testes com células humanas e de ratos. O uso do fármaco em mosquitos também impediu que os insetos conseguissem disseminar a malária.
O trabalho, coordenado por cientistas da Suíça, segue uma linha de pesquisa que tem sido bastante abordada na busca por novas drogas para tratar a malária: o mapeamento do DNA do parasita.

“As proteínas do Plasmodium falciparum têm sido investigadas há muito tempo como alvos de drogas. O genoma desse protozoário codifica 10 proteínas chamadas plasmepsinas, que estão envolvidas em diversos processos celulares. A maioria foi estudada extensivamente, mas as funções das plasmepsinas PMIX e PMX até então eram desconhecidas”, detalhou ao Correio Dominique Soldati-Favre, pesquisadora do Departamento de Microbiologia e Medicina Molecular da Universidade de Genebra e autora principal do estudo, publicado na revista Science.

A pesquisadora e sua equipe observaram, em laboratório, que PMIX e PMX são essenciais para a sobrevivência do parasita, e, com base nessa descoberta, desenvolveram um inibidor das proteínas, chamado de 49c. A substância foi testada em amostras sanguíneas humanas infectadas pelo Plasmodium falciparum, cultivadas in vitro. Após 48 horas, verificou-se que o inibidor impediu que 99,9% dos parasitas invadissem as células sanguíneas. “A substância 49c fez com que as proteínas fossem completamente silenciadas. Vimos que, depois disso, o parasita enfrentou problemas para sair de sua célula hospedeira e invadir os glóbulos vermelhos, local onde se replicam”, explicou Paco Pino, também autor do estudo e pesquisador da Universidade de Genebra.

Veja reportagem completa:
Correio Braziliense – Ciência e Saúde

 

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