O Escritório de Gestão de Altas® (EGA) do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, hospital de maior complexidade pediátrica no Espírito Santo, registrou resultados muito positivos já nos primeiros seis meses de implementação. Entre agosto de 2021 e janeiro de 2022, o tempo médio de permanência dos pacientes caiu de 19,2 dias para 15,1 dias, o que representa uma redução de 21%.
O trabalho do EGA inicia no mapeamento de pacientes que tendem a ter um período maior de internação e no levantamento de necessidades deles pós-alta, de modo a desospitalizá-los com segurança, garantindo que o tratamento continue em casa. A equipe do EGA é formada por um médico, um enfermeiro, um assistente social e um auxiliar administrativo, e utiliza ferramentas como revisão de prontuário, checagem de alta segura e desospitalização e rondas multiprofissionais.
O Escritório de Gestão de Altas® foi fundado em 2017 pelo CEO da Eficiência Hospitalista, Dr. André Wajner, em um hospital na região sul do Brasil. Hoje, já é implementado em vários hospitais do Brasil, inclusive os sete hospitais da rede pública estadual do Espírito Santo de forma pioneira, trazendo diminuição do tempo de internação e aumento da qualidade assistencial e alta segura. O trabalho foi desenvolvido no estado junto com o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi). A médica pediatra e hospitalista Dra. Patrícia Fonseca Saraiva, que trabalha há anos no HINSG e atua no Escritório de Gestão de Altas®, destaca os benefícios desse trabalho na instituição:
“Sob orientação e tutoria da equipe da Eficiência Hospitalista, a gente mapeou o fluxo de alta, conseguimos fazer melhorias de processos internos do hospital, não só em relação a altas. Nós pegamos o doente no início do processo de internação, acompanhamos pacientes crônicos, que ficariam muito tempo internados. Fazemos um check-list de desospitalização, começamos a atuar bem antes do médico definir a previsão de alta. Nós agilizamos as necessidades desses pacientes, como insumos ou benefícios que o município ou o Estado ofereçam, e atuamos junto com a família. A partir do momento em que preparamos a família, evitamos a reinternação.”
Entre o público atendido pelo EGA, estão pacientes que precisam de suporte em casa após a alta, como fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia, ou oxigenioterapia e sonda alimentar. A assistente social do Escritório de Gestão de Altas® do HINSG, Nazira Daher, sob supervisão e orientação dos consultores da Eficiência Hospitalista, criou um manual de recursos comunitários, por meio do qual a equipe acessa a rede de assistência. Ela ainda destaca que:
“Esses pacientes praticamente não voltam ao hospital, os que a gente faz a transição de cuidado. Eles só vêm ao ambulatório e fazem consulta bi ou trimestral e não reinternam. A família que está treinada para cuidar do paciente faz com que ele não retorne, e o serviço social no EGA é um interlocutor entre a equipe do hospital e a família, o facilitador do processo de desospitalização. A gente facilita o acesso do paciente à rede assistencial externa. Só o Escritório de Gestão de Altas consegue fazer isso plenamente para o paciente.”
O relato de Elizangelo Ferreira de Oliveira, pai do ex-paciente Eric, de 11 anos, é um dos exemplos do resultado do trabalho do EGA. O menino foi vítima de politraumatismo em novembro de 2021, após ser atropelado. Com 66 dias de internação, foi solicitada a intervenção do EGA para desospitalização segura.
“Meu filho ficou internado por mais de 60 dias. A assistente social Nazira e equipe me ajudaram bastante, como por exemplo com a documentação necessária para que a gente pudesse retirar medicamentos. O Eric veio para casa, e vai continuar o tratamento em casa, fazendo fisioterapia”.
Projeto inovador
O Escritório de Gestão de Altas® é um setor dentro do hospital, que tem por objetivo maior promover uma alta segura e qualificada ao paciente. Por meio de ferramentas de governança clínica, os profissionais do EGA procuram reduzir ao máximo o tempo de permanência do hospital, garantindo que o paciente continue tendo atendimento qualificado na rede externa.
A enfermeira do EGA do HINSG, na época do início da implementação, Thamiles Andrade Santiago, conta que o EGA apresentou resultados rápidos logo de início:
“No começo foi um processo difícil para instituir o EGA, que é um projeto totalmente inovador, inclusive para os profissionais que fazem parte dele. Hoje, existem indicadores e evidências de que ele funciona: diminuiu o tempo de internação e reduziu as reinternações. Depois do sexto mês, já começou a apresentar resultados e, hoje, o EGA é bem conhecido no hospital.”
Contribuição dos profissionais
O sucesso do Escritório de Gestão de Altas®, fundado no Brasil pelo CEO da Eficiência Hospitalista, Dr. André Wajner, está também relacionado ao engajamento, experiência e habilidades dos profissionais que compõem a equipe. A médica pediatra, Dra. Patrícia Fonseca Saraiva, demonstra que a satisfação no trabalho contribui para os resultados.
“A gente abraçou essa iniciativa com toda a força, porque é um benefício visível para o paciente. A gente colhe os frutos também para o hospital, que tem um giro de leitos maior e mais vagas para as crianças que precisam. É um trabalho de qualidade, com menor desperdício. Estamos muito satisfeitos e acredito que a gente vai estar sempre avançando, não vai acabar nunca o projeto!”
O CEO da Eficiência Hospitalista, Dr. André Wajner, afirma que é satisfatório também para a empresa auxiliar a rede pública estadual do Espírito Santo na melhoria da assistência e da gestão da saúde:
“A Eficiência Hospitalista tem grande prazer em implementar o EGA no primeiro hospital materno-infantil do Brasil. Agradecemos a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, pela oportunidade de estar auxiliando os sete principais hospitais da rede pública estadual a implementar o Núcleo Interno de Regulação (NIR) e o Escritório de Gestão de Altas®, processos que melhoram muito a desospitalização, o giro de leito e fazem com que a população capixaba tenha maior acesso ao sistema de saúde pública e tenha acesso a uma saúde de maior qualidade.
