(A sala de trabalho da Alessandra, responsável pelo setor de captações, virou local de entrega das doações e até um brechó ocupa o espaço. /Foto: Pedro Gontijo via Jornal Hoje em Dia)
Prateleiras vazias, quase metade dos funcionários em greve e falta de verba para seguir em frente. Essa é a realidade que o hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, enfrenta há alguns anos. Para amenizar o sofrimento, que a cada dia fica maior, uma corrente do bem luta em prol da principal maternidade do Estado. A ajuda chega diariamente, de vários lugares, dando sobrevida para a unidade de saúde.
“Estamos sem estoque. O que temos hoje garante só o atendimento dessa semana. Para a próxima, compraremos o que o dinheiro der. E assim a gente segue”, relata o diretor técnico-administrativo da maternidade, Ivo Lopes.
Até um setor de captação de recursos foi criado para buscar doações e suprir as necessidades. No departamento chegam desde fraldas e fórmulas de leite até lençóis e insumos necessários para o trabalho da equipe médica.
“Damos tiro para todo lado. Procuramos empresas, igrejas, líderes comunitários, hotéis e até motéis que nos passam roupas de cama. E, graças a Deus, temos conseguido muita ajuda”, afirma a responsável pelas captações, Alessandra Campos Monteiro.
Toda iniciativa é bem-vinda. Inclusive, ela mesma organiza um brechó entre os funcionários. Apesar de não arrecadar muito, a iniciativa ajuda. “A gente usa esse dinheiro em emergências. Tem dia que ligam de outros setores falando que não tem coisas básicas. Então, precisamos mesmo nos desdobrar”, frisa.
Na última semana, estoques de gazes e alguns tipos de luvas cirúrgicas e seringas chegaram a ficar zerados no hospital, conta a analista de custos do Sofia, Ellen Cristina Dias.
“Estamos no limite. Isso é muito perigoso, pois uma hora pode faltar um insumo crucial no meio de um procedimento”, afirma.
ADOÇÃO DE LEITOS – As boas ideias não param por aí. A obstetra Quésia Villamil está encabeçando uma campanha de adoção de leitos da maternidade. Como a médica já trabalhou por lá, a realidade da unidade é velha conhecida da profissional.
Outra estratégia de Quésia é usar as redes sociais para fazer um leilão das roupas que ela usou durante a gravidez. Peças da filha, de três meses, também serão vendidas. Com 25 mil seguidores no Instagram, a obstetra chama outras mães e gestantes para prestigiarem o evento, em 17 de março, que vai captar recursos para o hospital.
A partir dessa iniciativa, a médica fará uma ação maior. “Nosso objetivo é divulgar o apadrinhamento de leitos, que vai gerar muito mais recursos para o hospital”, diz.
Os interessados em ajudar poderão doar as “moedas leitos”. Os participantes do projeto irão fazer doações mensais que variam de R$ 50 a R$ 800. Os padrinhos terão informações sobre o leito adotado, além de conhecer histórias dos pacientes que ocuparem os espaços.
MADRINHAS – As chamadas “madrinhas do Sofia”, apoiadoras da campanha, já planejam outras iniciativas para angariar mais recursos. Segundo a fotógrafa Paula Beltrão, um bazar será promovido em maio. A ideia é que qualquer pessoa possa vender e comprar roupas e acessórios. O dinheiro arrecadado será convertido na adoção dos leitos.
Em busca de atrair empresários para a causa, um selo de “empresa madrinha do Sofia” está sendo planejado e poderá ser usado pelos participantes em peças de publicidade.
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