Entre 2016 e 2018, o Brasil sofreu o maior surto de febre amarela dos últimos 100 anos. A epidemia gerou imensa preocupação, provocando até correria das pessoas para os postos de saúde em busca de vacina. Pesquisadores brasileiros, em parceria com ingleses, realizaram um mapeamento genético que revelou detalhes sobre a proliferação da enfermidade. Ao contrário do imaginado, a doença se espalhou pela transmissão silvestre, menos grave que a urbana (a aposta inicial), e pode ter sido potencializada pela ação humana. As descobertas foram publicadas na edição desta semana da revista Science e devem ajudar em novas estratégias de combate à doença.
O trabalho é uma parceria entre investigadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O consórcio de pesquisadores utilizou uma técnica extremamente moderna de mapeamento genético. “Fizemos o mesmo com o zika vírus e tivemos sucesso. Com isso, recebemos um pedido do Ministério da Saúde para realizar o procedimento com a febre amarela. Usamos um laboratório móvel e analisamos o genoma de mais de 50 indivíduos, tanto humanos quanto macacos, durante a proliferação em Minas Gerais”, conta ao Correio Luiz Alcântara, um dos autores do estudo e pesquisador do Laboratório de Flavivírus da Fiocruz (RJ).
Fonte: Correio Brasiliense