Nos últimos meses, diversos hospitais filantrópicos têm alertado seus pacientes sobre mais um golpe; os casos já ganham repercussão também na imprensa nacional. Trata-se de um golpe realizado via telefone. Bandidos se passam por falsos médicos ou representantes dos hospitais e, munidos de informações sobre o estado de saúde de um paciente, entram em contato com parentes desta pessoa e solicitam dinheiro, alegando a necessidade da realização de algum procedimento ou exame de urgência. Os golpistas alegam também que o montante pode ser usado para compra de algum remédio específico, não disponibilizado pelo hospital ou pelo plano de saúde.
As quadrilhas aproveitam este momento de fragilidade dos parentes de pacientes para aplicar o golpe. Outras vítimas desta armação podem ser até mesmos os próprios pacientes, que geralmente estão com algum procedimento marcado ou até mesmo já dentro do hospital aguardando o atendimento.
O golpe acontece também com funcionários dos hospitais. Os falsos médicos ligam para setores específicos confirmando ou solicitando informações complementares sobre os pacientes internados nos hospitais. Nesses casos, o mais comum é que busquem informações no setor de recepção, internação ou secretarias das unidades de internação.
De acordo com a ANAHP, estes golpes ocorreram em grande volume no ano de 2015, mas, lamentavelmente, estão retornando nestes últimos meses. Com o intuito de orientar os hospitais associados da entidade, o Grupo de Trabalho Legal Regulatório (GT-LR) da Anahp, elaborou as seguintes orientações:
“1. Colocar avisos em corredores e elevadores sobre a ocorrência deste tipo de golpe.
2. No momento da admissão, entregar um termo de ciência, para ser assinado e devolvido pelo paciente, sobre a ocorrência dos referidos golpes e sobre o fato de que o hospital não cobra valores extras por telefone.
3. Limitar o recebimento de chamadas externas no telefone do quarto.
O GT-LR sugere, ainda, reforçar os processos de segurança da informação dentro de cada hospital. Verificou-se, em alguns casos, que os detalhes sobre os pacientes agendados para a realização de procedimentos foram repassados, de boa-fé, por atendentes que não estavam adequadamente preparados para lidar com estas demandas.
Caso seja verificada a ocorrência de um desses golpes, o GT-LR sugere que o paciente, ou os seus familiares, recebam a indicação de procurar a Autoridade Policial para fazer um Boletim de Ocorrência. Recomenda, ainda, que recebam acompanhamento do departamento jurídico do hospital neste processo. Caso tenha sido informado algum número de conta corrente no momento do golpe, sugere-se, também, que este seja informado à instituição bancária correspondente para que tome as devidas providências.”
A Federassantas reforça as orientações da ANAHP e alerta: jamais transfira ou deposite nenhum valor solicitado via ligação telefônica por desconhecidos. Se receber este tipo de ligação, vá até o hospital onde seu familiar está e informe-se se algum procedimento, exame ou medicamento foi efetivamente solicitado. Denuncie também se tiver conhecimento sobre este crime. Estamos, ainda, desenvolvendo uma campanha de conscientização sobre cobranças ilegais para os nossos filiados, onde serão entregues folders, banners e, em um segundo momento, um vídeo educativo que será disponibilizado aos usuários das nossas instituições.