Federassantas vai criar comissão especial para lidar com o Coronavírus em hospitais filantrópicos de Minas

Uma das principais preocupações da entidade é com a quantidade de leitos disponíveis nas unidades hospitalares do estado para lidar com os casos mais graves da doença.

O número de casos confirmados de coronavírus no Brasil chegou a 77, segundo Ministério da Saúde. Nessa quinta-feira (12), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que todos os países “redobrem” o comprometimento contra a pandemia da doença. Em Minas Gerais, de acordo com o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado ontem, existem 260 casos sendo investigados, um foi confirmado e 18 foram descartados após exames. O caso confirmado é de uma mulher de 47 anos de idade de Divinópolis. Ela está na casa onde mora em quarentena, após ter contraído a doença numa viagem feita à Itália em fevereiro deste ano.

O Ministério da Saúde publicou uma portaria que define como serão feitos os isolamentos e a quarentena para enfrentar a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), causador da doença Covid-19. O texto prevê que agentes de vigilância podem recomendar o isolamento para pessoas que tiveram contato próximo com alguém infectado enquanto o caso delas estiver sendo investigado.

Um protocolo feito pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais em parceria com a FUNED traz informações gerais sobre a doença; como os gestores da saúde devem proceder diante de casos suspeitos e casos prováveis da doença; medidas de controle em serviços de saúde (desde atenção primária até a assistência hospitalar, processos de EPI – Equipamentos de Proteção individual dos funcionários da saúde), tratamento de resíduos); higienização das mãos e como deve ser a conduta após contato com pacientes e a vigilância da síndrome.

INVESTIR EM CUIDADOS

Mas o protocolo não traz aspectos importantes para quem lida com a assistência hospitalar. Quantos leitos devem estar disponíveis para atender esses pacientes, em especial aqueles com quadros mais graves da doença? A nossa preocupação, quanto hospitais beneficentes, é garantir o número de leitos e todo o material e equipamento necessários ao atendimento aos pacientes. Não existe ainda uma recomendação, um número específico de leitos por hospital e nem mesmo o quanto a instituição filantrópica terá de recursos seja do Ministério da Saúde ou do governo de Minas Gerais para garantir investimentos para assistência a esse paciente, que requer atenção especial, bem como para a segurança da saúde de todos os profissionais envolvidos na assistência”, afirma a presidente da Federassantas Kátia Rocha.

 

Saiba mais sobre a doença:

O que é o Coronavírus?

Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas. Os coronavírus comuns que causam doenças em humanos são alpha, coronavírus 229E e NL63, beta coronavírus OC43 eHKU1. Alguns podem causar síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS da síndrome em inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome”, causada pelo coronavírus associado à SARS (SARS-CoV).

Em 2012, foi isolado um novo coronavírus, distinto daquele que causou a SARS no começo da década passada. Identificado, inicialmente, na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Todos os casos fora da Península Arábica tinham histórico de viagem ou contato recente com viajantes procedentes de países do Oriente Médio – Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Jordânia. Devido à localização dos casos, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês “Middle East Respiratory Syndrome” e o novo vírus nomeado coronavírus associado à MERS (MERS-CoV).

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

A média do período de incubação é de 5 dias, podendo chegar até a 16 dias ou mais. Segundo estudo publicado na revista New England Journal of Medicine – NEJM (DOI: 10.1056/NEJMoa2002032), em 28 de fevereiro de 2020, de casos relativos a epidemia da China, a média do período de incubação foi de 4 dias, variando de 2 a 7 dias, em 291 casos analisados. Apesar da literatura descrever períodos de incubação mais prolongados, estes são considerados raros. Diante disso, para fins operacionais seguiremos o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e Ministério da Saúde considerando o período de até 14 dias.

PERÍODO DE TRANSMISSÃO

A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do novo coronavírus (COVID-19) sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas que uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. 2.3 Transmissão inter-humana Todos os coronavírus são transmitidos de pessoa a pessoa, incluindo os SARS-CoV e o MERSCoV, porém sem transmissão sustentada, segundo a OMS. Diferentemente paro SARS CoV 2 além da confirmação da transmissão de pessoa a pessoa ocorre também, a transmissão sustentada.

MODO DE TRANSMISSÃO

De modo geral, a principal forma de transmissão dos coronavírus é por meio do contato próximo pessoa a pessoa, a partir de secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como também pela tosse.

 

Fonte: SES/ MG – Protocolo – Infecção Humana pelo SARS-COV-2 – (atualizada em 04 de março de 2020)

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