FHSFA beneficia 100 mulheres com reconstrução de mamilo e da aréola

FHSFA beneficia 100 mulheres com reconstrução de mamilo e da aréola

Para recuperar a autoestima de pacientes submetidas à mastectomia durante o tratamento do câncer de mama, a Fundação Hospitalar São Francisco de Assis (FHSFA) já beneficiou 100 mulheres com reconstrução do mamilo e da aréola. A informação foi dada pela Superintendente de Serviços Hospitalares, Adriana Melo ao fazer o balanço do VIII Mutirão de Reconstrução do Complexo Aréolo-mamilar Pós-tratamento de Câncer de Mama com tatuagem 3D, realizado no último sábado, em Belo Horizonte.

Segundo Adriana Melo, a centésima paciente beneficiada é a professora Valéria Araújo, de 57 anos. Em 2019, aos 52 anos, Valéria estava tratando de uma alergia no mamilo da mama esquerda, quando descobriu o câncer. Desde o ano passado, ela estava apta a fazer a reconstrução, mas por medo, desistiu.

Este ano, durante o mutirão, que atendeu outras 20 pacientes, a professora Valéria, que é moradora de Rodrigo Silva, distrito de Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, estava ansiosa, mas muito feliz e entusiasmada em recuperar a autoestima. Depois de ser atendida pela micropigmentadora paramédica Nilda Durães, ela resumiu a sua emoção com muita sinceridade: “ficou melhor que o original. Era a cereja do bolo que faltava”.

Voluntária
Desde que fez o tratamento na FHSFA e superou a doença, Valéria resolveu ajudar outras pacientes mastectomizadas com o projeto CorAção, que fornece para a Fundação e mulheres da região dos Inconfidentes almofadas em forma de coração e bolsinha para dreno. As almofadas oferecem conforto e proteção para as mulheres que passam pela cirurgia de retirada da mama. Já a bolsinha para dreno é confecionada com o TNT que Valéria recebe da Fundação e recicla cuidadosamente para ser utilizado novamente.

A ação voluntária da Valéria de Araújo em confeccionar e doar as almofadas a outras pacientes integra a rede de solidariedade que a mastologista e coordenadora do Serviço de Mastologia da Fundação, Dra. Lucia Aiko Homma, conseguiu criar na instituição e que cresce a cada ano. Desde as tintas usadas pelas tatuadoras, passando pelos os demais profissionais que atuaram no mutirão são voluntárias ou recebidas em doação.

A parceria entre a Fundação, as tatuadoras, empresas e demais profissionais que participaram da iniciativa garante o atendimento gratuito de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para se inscrever no mutirão, que acontece atualmente uma vez por ano, as pacientes devem preencher o formulário de manifestação de interesse disponível no site da Fundação (https://docs.google.com/forms/d/1yPL2Nydf4aol7iPJsC_hvZ5VM66rGpsFoBcKqYhoJTU/viewform?pli=1&pli=1&edit_requested=true). O questionário é bem simples. A pessoa interessada tem que colocar o nome completo, data de nascimento, endereço e três telefones para contato.

Além dessas perguntas, a interessada tem que responder se já realizou algum tipo de cirurgia mamária e, caso tenha realizado algum tratamento de câncer de mama, qual foi o tratamento, quando e onde ele ocorreu. Deve indicar também se atualmente realiza algum tipo de tratamento. Em caso positivo, deve colocar qual o tratamento que está fazendo e onde o realiza. Adriana Melo explica que, após a inscrição, todas as respostas são analisadas pela equipe da Clínica de Mastologia da FHSFA e as interessadas recebem o retorno a respeito da possibilidade de participação no mutirão.

Solidariedade
O VIII Mutirão de Reconstrução do Complexo Aréolo-mamilar Pós-tratamento de Câncer de Mama com tatuagem 3D faz parte da programação do Outubro Rosa da FHSFA e permite o refinamento da plástica em pacientes do SUS que venceram a luta contra o câncer e tiveram a mama reconstruída. Segundo a Mastologista e Coordenadora do Serviço de Mastologia do Hospital, Dra. Lucia Aiko Homma, a reconstrução poderia ser feita com intervenção cirúrgica ou com a dermopigmentação (tatuagem). “Escolhemos a segunda opção por ser um método mais rápido sem internação hospitalar e sem riscos de complicações”, ressalta.

Desde a primeira edição, há seis anos, Lucia Aiko conta que, para sua surpresa, encontrou pessoas dispostas a fazer doações e trabalhos voluntários para as realizações das reconstruções para as pacientes sem qualquer ônus para a Fundação. “É uma rede de solidariedade que envolve empresas doando materiais, diretoria disposta a abraçar a causa nos incentivando, colaboradores disponíveis para o dia do mutirão”, ressalta Lucia Aiko.

A mastologista garante que “todo esforço vale a pena. Ver as pacientes satisfeitas com o resultado das tatuagens nos emocionam. E mais uma vez conseguimos aquela sensação de estar contribuindo com o principal objetivo do hospital que é cuidar do amor de alguém, proteger a vida se concretiza”, ressalta Lucia Aiko.

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