Fios de esperança: artesã transforma espera em arte para acompanhantes de pacientes em hemodiálise

Iniciativa no Hospital São Francisco cria rede solidária de ajuda e muda rotina de quem aguarda pacientes em tratamento

A artesã Maria Eulália Perdigão Faleiro, 71 anos, acompanha o marido Sebastião Faleiro semanalmente nas três sessões de hemodiálise que ele faz no Hospital São Francisco (HSF), em Belo Horizonte, desde agosto de 2023. Em um gesto de amor, solidariedade e de forma voluntária, ela encontrou uma maneira única de acolher outras acompanhantes de pacientes na instituição: usar seus conhecimentos de artesã e professora de trabalhos manuais para ensinar bordados.

Além de compartilhar o aprendizado sobre bordado, Maria Eulália gosta de cuidar das pessoas. Ela criou um espaço de conexão, conforto e apoio emocional. Seu gesto simples e generoso tem impactado positivamente as acompanhantes dos outros pacientes, proporcionando um momento de alívio e descontração em um ambiente de cuidados intensivos. Em suas cadeiras na recepção, ela e suas alunas discutem os pontos, os desenhos e as histórias de seus dia a dia.

Solidarie…ARTE!


Entre os pontos haste, mais conhecido como ponto da vovó, o corrente ou o ponto atrás, Maria Eulália já arregimentou seis alunas. Para iniciar as aulas, ela trouxe de casa as linhas, os tecidos e os riscos. Em seguida, recebeu a doação de tecidos e agora as alunas compram suas linhas e emprestam para aquelas que ainda não têm.

Maria Eulália sabe bem como a importância do apoio emocional e as pequenas ações podem gerar grandes mudanças na vida das pessoas, especialmente em situações difíceis, como em um tratamento de hemodiálise. Para ela, nos encontros semanais elas aprendem não só sobre a arte do bordado, mas sobre o fortalecimento de laços e a importância do carinho nesse momento de vida.

Em um tom de voz sempre acolhedor e um olhar sensível, Maria Eulália está sempre disposta a ajudar e explicar todas as dúvidas de suas alunas. Ativa, ela mantem o canal do Youtube Artesanato e Plantas da Vovó Eulália. Sua habilidade para artes manuais, a pintura, o bordado e as plantas, mostra que todos nós podemos ensinar e aprender cotidianamente.  Para a vovó Eulália, às vezes, o cuidado em um hospital vai além da medicina, envolve gestos de amor, carinho e solidariedade.

Maria Eulália e suas alunas se reúnem, normalmente, no início das tardes de terça, quinta-feira e aos sábados. Em suas cadeiras na recepção do Setor de Hemodiálise, dividem as dúvidas, mostram seus desenhos e compartilham suas alegrias. Maria do Carmo Araújo (Tia Du), 64 anos; Ruth Ramos (60 anos); Sônia Silva (60 anos); Erlinda Silva (71 anos) e Odaísa Amaral estão animadíssimas com as aulas!


Tia Du, Ruth, Sônia e Erlinda acompanham os maridos nas sessões de hemodiálise.  Já Odaísa faz companhia para o filho Diego Amaral, de 37 anos. Entre um ponto e outro dos desenhos de flores, pássaros e galinha, elas conversam sobre a família e fazem planos com a nova habilidade. Ruth e Sônia querem, inclusive, empreender. Sonham em transformar o bordado em uma fonte de renda.

Hospital São Francisco

O Hospital São Francisco é entidade filantrópica que mantém duas unidades hospitalares em Belo Horizonte e atua atendendo 100% de sua capacidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com acreditação ONA 2 e o selo de qualidade do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o HSF tem 325 leitos, sendo 60 deles de CTI’s para o atendimento de alta complexidade nas áreas de Ortopedia, Cirurgia Geral, Nefrologia, Neurocirurgia, Cardiologia e Oncologia.

No ano passado, atendeu pacientes de todas as regiões do estado e realizou mais de um milhão atendimentos/procedimentos, entre cirurgias, internações, sessões de hemodiálise, quimioterapia e radioterapia, consultas e exames de imagens e de análises clínicas.

Fonte: Fotos e texto Ascom Hospital São Francisco – BH

Compartilhar esse post