Instituto Mário Penna é o primeiro contemplado pelo SUS a oferecer Laringe Eletrônica aos pacientes laringectomizados

O Instituto Mário Penna alcança um importante marco na história do SUS, sendo o primeiro a receber Laringes Eletrônicas para os pacientes que passam por cirurgias e que precisam de reabilitação para o uso da voz. A Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) Brasil esteve à frente da luta para a inserção do aparelho na tabela do SUS por anos e a aprovação foi conquistada no mês de janeiro de 2021.

Pacientes que apresentam câncer avançado em laringe ou região próxima, podem ser submetidos à cirurgia de laringectomia total, a qual arremete a retirada da laringe e, consequente, perda da voz, além das mudanças nas funções de deglutição, respiração e olfação.

Diante da perda da voz, esses pacientes precisam passar por um processo de reabilitação para adequação de todas as funções alteradas e, principalmente, para a retomada da condição de se expressar de forma oral.

“É um momento muito importante para o Instituto Mário Penna. Lutamos há anos por essa conquista pelo SUS para que os pacientes laringectomizados possam voltar a falar e expressar os seus sentimentos. Todos serão contemplados, dos mais antigos até os recém-operados. Eles serão capacitados em atendimentos fonoaudiológicos ambulatoriais, de acordo com o programa de reabilitação proposto e elaborado pela nossa equipe, que engloba desde o conhecimento das potencialidades do instrumento até a aquisição da prática para seu uso de forma fluente”; ressalta Dr. Lorenzo Testolin, médico cirurgião e Coordenador da Residência em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Mário Penna.

Raquel Fabiane Santos, Supervisora do Serviço de Fonoaudiologia do Instituto Mário Penna, explica que dentre os recursos utilizados no processo de terapia fonoaudiológica, existem três métodos: fala esofágica, prótese traqueoesofágica e laringe eletrônica.

A fala esofágica, embora não apresente custo financeiro para o paciente, requer acentuado esforço para o aprendizado, associado à habilidade para o desenvolvimento de uma nova organização não fisiológica de produção da fala, a qual em muitos casos pelo nível de dificuldade, resulta no insucesso.

A prótese traqueoesofágica, apesar de ser considerada um recurso padrão ouro por promover fonação com qualidade muito próxima da voz laríngea, apresenta um custo financeiro que nem sempre é acessível a todos os pacientes.

laringe eletrônica, por sua vez, além de ser um método de grande sucesso no processo de reabilitação, proporciona ao paciente condições de retomar sua comunicação oral por meio do uso do aparelho que produz uma vibração mecânica e, ao ser colocado em contato com a pele da região de pescoço, bochecha ou intraoral, produz uma vocalização que é robotizada e compreensível, mas que de forma proporcional à prótese traqueoesofágica, apresenta um custo financeiro alto, que a tornava inacessível a boa parte da população, até esse momento.

O Instituto Mário Penna – Há 50 anos o Instituto Mário Penna vem se dedicando ao tratamento humanizado de pessoas com câncer. Hoje, classificado pelo Ministério da Saúde como Centro de Assistência de Alta Complexidade Oncológica (CACON), o Mário Penna atua nas áreas de ensino, prevenção e tratamento do câncer. É o maior prestador do SUS em cirurgias oncológicas em Minas Gerais e o primeiro também em tratamentos de radioterapia e quimioterapia.

Em 2020, atendemos mais de 260 mil pacientes de todo o estado, realizamos 272 mil aplicações de radioterapia, 34 mil sessões de quimioterapia e quase 11 mil cirurgias. Além disso, estivamos na linha de frente no combate à Covid-19. Foram criados 64 leitos de enfermaria e outros 30 novos de CTI, direcionados ao tratamento de pacientes com a doença.

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