Linhas de Esperança: Voluntárias doam 250 peças e aquecem corações na Santa Casa de Poços

A Santa Casa de Poços de Caldas recebeu uma doação especial: cerca de 250 peças feitas à mão em tricô e crochê, como roupinhas de bebê, agasalhos, meias, sapatinhos, cachecóis e gorros — todas confeccionadas com carinho por um grupo de voluntárias do Sesc Poços. Cada ponto, cada laçada, carregava histórias de superação, solidariedade e amor ao próximo.

As peças foram distribuídas entre pacientes do hospital, de recém-nascidos a idosos. E mais do que agasalhos para o corpo, elas chegam como um abraço de acolhimento em forma de lã — e de esperança. O projeto, coordenado pelo analista de Ação Social do Sesc, Allan Reginaldo Batista, já existe há anos e envolve mais de 40 voluntárias, a maioria com mais de 60 anos. “Esse grupo tem a finalidade de produzir tricô e crochê com afeto. São elas que escolhem o que vão fazer, para quem vão doar, como será o estilo. É uma decisão totalmente delas, e isso é o mais bonito: elas se comprometem com o bem”, contou Allan.

Segundo ele, todos os anos uma nova instituição é contemplada com as doações. Neste ano, a escolhida foi a Santa Casa. “O Sesc oferece o espaço e os materiais, mas a transformação social é feita por elas. São mulheres que decidiram que o tempo delas, o talento delas, poderiam gerar aconchego para quem mais precisa. E isso tem um valor imenso.” Entre essas mulheres está Erondes do Carmo Vieira Martins, uma das voluntárias que mais produziu peças para a doação. Sua história é tão emocionante quanto inspiradora. “Desde que entrei aqui, foi uma terapia pra mim. Teve uma época que fiquei muito doente e não podia vir ao Sesc, mas o Allan me dava a lã e eu continuava fazendo de casa. Eu me sinto muito feliz em ajudar”, contou.

Erondes enfrentou uma infância marcada pela pobreza, frio e abandono. Foi criada em um orfanato e, depois, acolhida por uma família apenas para trabalhar. “Passei muita necessidade. Era muito pobre, não tinha roupa, passava frio. Minha mãe faleceu, éramos nove irmãos, e naquela época não existia ajuda de ninguém.” Mas, mesmo diante das adversidades, ela guardou em si um propósito: o de ser feliz e retribuir o bem. “Deus me abençoou. Sobrevivi à pandemia, conheci uma pessoa muito boa que mudou minha vida. Então, tudo que eu puder fazer para ajudar, eu faço. Fazer essas peças é minha forma de agradecer. É meu prazer. Eu costumo dizer que quem doa, doa mais do que lã. A gente doa carinho, calor humano, doa uma parte da nossa história.”

A entrega emocionou os colaboradores do Hospital e reforçou que o cuidado vai muito além dos medicamentos ou equipamentos. Às vezes, vem em forma de uma touquinha feita à mão, com pontos de afeto e linhas de esperança.

Fonte: Assessoria de Comunicação de Poços de Caldas

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