O Hospital São Francisco (HSF) promoveu, no último sábado (18), a 9ª edição do Mutirão de Reconstrução Aréolo-Mamilar, uma ação gratuita que beneficiou pacientes dos SUS que passaram por mastectomia durante o tratamento contra o câncer de mama. A iniciativa, que aconteceu no Setor de Oncologia do HSF, ofereceu a técnica de tatuagem 3D para recriar visualmente a aréola e o mamilo, devolvendo cor, forma e identidade aos seios das pacientes.
A ação contou com o trabalho voluntário das tatuadoras Nilda Durães, Luciana Vertelo e Violleta, especialistas na técnica. Além do procedimento, as participantes foram recebidas com café da manhã musical, massagem, maquiagem e um ambiente de acolhimento, reforçando o caráter humano e solidário da iniciativa. Com mãos habilidosas e corações solidários, elas mostram no mutirão do HSF que reconstruir não é apenas um ato estético, mas também um gesto de cuidado e amor próprio.
Solidariedade
A Superintendente de Serviços Hospitalares do HSF, Adriana Melo, destacou a importância das parcerias e da solidariedade para a realização de cada edição do mutirão. Ela ressaltou também a importância do acolhimento e do atendimento que o Setor de Oncologia oferece às pacientes. “O mutirão tem como objetivo resgatar a autoestima da mulher que enfrentou o câncer de mama, melhorando o seu bem-estar e qualidade de vida”, ressalta.
Uma das pacientes atendidas foi Débora Martins, de 48 anos, moradora de Betim. Diagnosticada com câncer de mama aos 41, ela passou por mastectomia, quimioterapia e radioterapia. Após sete anos de tratamento e superação, pôde realizar o sonho de reconstruir o mamilo da mama direita. “É como se eu estivesse fechando um ciclo e começando outro, com mais leveza e esperança”, disse emocionada. Depois da realização da nona edição, o Hospital São Francisco estendeu para 111 o número de pacientes do SUS beneficiadas com os mutirões.
De acordo com a mastologista Dra. Lucia Aiko, coordenadora do Serviço de Mastologia do HSF e idealizadora do projeto, a tatuagem 3D se tornou uma alternativa acessível para mulheres que não têm condições de realizar cirurgias reconstrutivas completas. “Cada sorriso que vejo é a prova de que o cuidado vai muito além da medicina — é amor e solidariedade em ação”, afirma. O projeto conta com apoio da diretoria do hospital e parceiros locais, responsáveis por doar os materiais utilizados.
Desde sua criação, há seis anos, o mutirão tem transformado histórias marcadas por dor em capítulos de esperança, contribuindo para a autoestima de pacientes que venceram o câncer de mama. Em 2024, o Setor de Oncologia do HSF realizou 16.317 atendimentos, com 423 pacientes em tratamento ativo, além de 4.249 sessões de quimioterapia e 13.538 sessões de radioterapia.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de entre 2023 e 2025. O diagnóstico precoce e o rastreamento adequado elevam as chances de cura para mais de 95% nos estágios iniciais. A doença também pode atingir homens, com estimativa de 500 a 600 casos anuais no país.
Fotos: Brendha Bonani/AscomHSF
Equipe do Hospital São Francisco a 9ª edição do Mutirão de Reconstrução Aréolo-Mamilar
Paciente do SUS sendo atendida na 9ª edição do Mutirão de Reconstrução Aréolo-Mamilar