Pesquisa realizada na FHSFA mostra que barreiras de acesso e falta de investimentos em leitos prejudicam pacientes do SUS que precisam de cirurgia do fêmur

Pesquisa realizada na FHSFA mostra que barreiras de acesso e falta de investimentos em leitos prejudicam pacientes do SUS que precisam de cirurgia do fêmur

Uma pesquisa desenvolvida no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Inovação Tecnológica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob a orientação do professor Dr. Allan Claudius Queiroz Barbosa, revelou a urgência de aprimoramentos no processo de regulação de leitos de urgência, visando agilizar o atendimento cirúrgico de fraturas do colo do fêmur, parte superior do osso da perna. A pesquisa desenvolvida pela gerente de Governança Corporativa, Inovação, Pesquisa, Ensino e Projetos da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis e Doutoranda em Inovação Tecnológica pela UFMG, Camila Rinco Alves Maia, foi conduzida na unidade Santa Lúcia da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis (FHSFA), em Belo Horizonte.

A pesquisadora Camila Rinco explica que, nos últimos anos, o cenário da saúde pública no Brasil e em Minas Gerais tem passado por significativas transformações. A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a regulação de leitos representaram avanços importantes na democratização do acesso aos serviços médicos para a maioria da população brasileira. Entretanto, as barreiras de acesso à assistência e a carência de investimentos na oferta de leitos têm prejudicado os pacientes do SUS que necessitam de cirurgia no fêmur.

A pesquisa, segundo Camila Rinco, realizada entre os anos de 2020 e 2022, destacou a importância da inovação para otimizar o tratamento de pacientes com essa condição. A FHSFA foi selecionada como cenário de estudo devido à sua expertise no atendimento ortopédico exclusivamente voltado para pacientes do SUS, provenientes de todo o estado de Minas Gerais e de outras regiões do país. Desde 2014, o serviço de Ortopedia da Fundação lidera em Minas Gerais em número de procedimentos cirúrgicos ortopédicos realizados.

Em 2019, a FHSFA alcançou o primeiro lugar no ranking nacional de cirurgias ortopédicas, reforçando sua posição como um ator crucial no cenário da saúde nacional. A pesquisa identificou que as fraturas do colo do fêmur apresentaram a maior média de dias de espera nas listas de espera por admissão hospitalar.

Os resultados revelaram também que pacientes com fraturas do colo do fêmur aguardaram em média 12 dias para serem admitidos no hospital e mais 4 dias para passarem pelo procedimento cirúrgico necessário. Esse período prolongado de espera resultou em casos de internação prolongada e infecção, evidenciando a urgência de reduzir o tempo entre o diagnóstico e a resolução do caso.

A fratura do colo do fêmur é especialmente relevante devido ao aumento de sua incidência em todo o mundo, decorrente do envelhecimento da população e das complicações associadas ao atraso na realização das cirurgias. Estudos científicos demonstram que a cirurgia deve ser realizada em até 48 horas do momento da fratura, para reduzir os riscos de complicações secundárias e que o atraso aumenta o risco de mortalidade em 30 dias e até um ano.
Para Camila Rinco, “diante desses resultados, torna-se evidente a necessidade de constantes inovações nas estratégias de regulação de leitos de urgência.” Ela ressaltou também que a pesquisa reforça o papel fundamental da FHSFA no contexto da saúde nacional e destaca o potencial das pesquisas científicas realizadas nesse serviço para beneficiar o SUS.

Os resultados dessa pesquisa foram apresentados em outubro de 2023 no Congresso Mundial de Hospitais, realizado em Lisboa, Portugal.

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