“Nossos achados sugerem uma nova direção em que a epidemia de HIV está evoluindo” diz Lara Tavoschi, pesquisadora do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, na Suécia, e líder do estudo.
Infecção e diagnóstico tardios trazem dificultam tratamento e elevam mortalidade em fenômeno observado tanto na Europa quanto no Brasil. Em ambos os lugares, esta faixa etária responde por uma proporção cada vez maior dos novos casos da doença nos últimos anos, indicam os dados de vigilância.
E o fenômeno ainda tem o agravante de que muitas vezes não só a infecção como o diagnóstico são tardios, o que torna o tratamento menos eficaz e, consequentemente, a mortalidade maior, aponta estudo sobre a incidência do vírus em pessoas com mais de 50 anos na Europa publicado ontem no periódico científico “The Lancet HIV”. Segundos os pesquisadores, em 2015 cerca de 17%, ou um cada seis, dos novos casos da doença diagnosticados nos países da chamada Área Econômica Europeia (EEA, na sigla em inglês) — que inclui os 28 integrantes da União Europeia mais Islândia, Liechtenstein e Noruega — a cada ano são nesta faixa etária.
No Brasil, embora a população que gere maior preocupação seja a mais jovem — que cresceu já vendo muitas pessoas convivendo anos com o HIV graças aos avanços nos tratamentos e assim tem negligenciado a prevenção por não ver mais a doença como uma “sentença de morte” —, a participação das pessoas com mais de 50 anos nos novos diagnósticos também vem aumentando constantemente nos últimos anos, já chegando a 11,8%, ou mais de um em cada dez casos, segundo o último boletim epidemiológico da doença do Ministério da Saúde, de novembro do ano passado e com dados coletados até 30 de junho de 2016. E apesar de ser uma proporção ainda bem menor que a europeia, deve-se levar em conta que o perfil demográfico de nosso país é diferente do da Europa, que tem uma população mais “envelhecida”.
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O Globo/Saúde
(Foto: Shutterstock via O Globo)