PREFEITURA DE BH PROMETE ANTECIPAR R$ 5 MILHÕES AO SOFIA FELDMAN

Prefeito afirmou que vai aplicar 25% dos 15% previstos em lei para ações em saúde ainda este ano

 

Em resposta à mobilização realizada hoje para chamar atenção para a dificuldade financeira do hospital Sofia Feldman, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, prometeu um adiantamento de R$ 5 milhões de recursos da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte à instituição. Sem definir uma data para o pagamento, Kalil afirmou que irá na Procuradoria esta semana para viabilizar, por meio legal, o pagamento do repasse. Segundo ele, o montante não resolve a crise financeira do hospital, mas ajuda a instituição a pagar as contas por alguns meses. De acordo com o diretor geral do Sofia, Ivo Lopes, o dinheiro será usado para pagamento de 13º, salários de janeiro e fevereiro dos funcionários do hospital e outras contas da instituição.

“Chegamos ao fundo do poço”, é o que afirma José Carlos da Silveira, médico e diretor clínico do Sofia Feldman. Segundo ele, a instituição passa por dificuldades há anos, sobrevivendo com medidas paliativas e empréstimos de bancos. Todo mês, há um déficit de R$ 1 milhão da receita e o diretor clínico afirma, “vivemos um problema de subfinanciamento crônico e trabalhamos com uma tabela defasada do SUS, os procedimentos custam muito mais do que a gente recebe”.

Durante coletiva com a imprensa, Kalil reconheceu a importância da maternidade para o estado e o país (cerca de 1000 nascimentos por mês), e afirmou, “hospital no meu mandato não vai fechar (…) aqui é lugar de gente humana, de saúde, de bem estar”. O prefeito lembrou que Belo Horizonte é a terceira maior capital do país, mas que é a 20ª na escala de repasses do SUS. Segundo ele, na próxima semana está marcada uma viagem para Brasília para se reunir com deputados e exigir mais visibilidade e mais recursos do governo federal para a capital mineira.

Representantes da Federassantas também estiveram presentes no movimento em defesa do hospital.  Para a presidente da Federação, Kátia Rocha, é de suma importância o apoio ao movimento para reconhecimento da relevância da instituição para o SUS, mas que espera medidas efetivas para continuidade do Sofia. “Ainda me preocupa não ter um horizonte claro de como será o custeio desta instituição que é 100% SUS. Esse não é um recurso específico para sanar a situação atual do Sofia, vai sim aliviar o caixa do hospital, mas nós não temos ainda nenhuma noção de como será a pactuação para pagamento desses valores”.  Segundo ela, é necessário um diálogo maior para a  construção de um financiamento adequado para o hospital. “O que o hospital solicita não é ajuda, é que o poder público, estado, União e município, cumpram as suas obrigações de custeio”, afirmou. A presidente disse que espera também uma atenção e fiscalização do Ministério Público para essa nova política que se pretende construir de financiamento do hospital.

Além do prefeito, estiveram presentes na coletiva o vice-secretário municipal de saúde, Fabiano Pimenta; a primeira dama do município, Ana Laender; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Bruno Pedralva; vereadores; funcionários do hospital e usuários do SUS.

 

MOBILIZAÇÃO SOLIDÁRIA

Funcionários do Sofia Feldman, usuários do SUS, representantes de sindicatos, conselheiros e outros participantes fizeram um abraço simbólico em torno do hospital. A manifestação mobilizou também moradores da comunidade local e diversas mães que tiveram seus filhos na instituição.

A usuária Daniela Alves, mãe de Bento, nascido ano passado no Sofia Feldman conta que estava fazendo acompanhamento da gestação pelo plano de saúde particular, mas que quando ouviu falar do parto humanizado no Sofia, resolveu abrir mão do convênio para ter seu filho na maternidade filantrópica. “Mesmo não tendo feito pré- natal aqui, fui acolhida sem restrições para o parto. Semanas antes do nascimento, eu vinha para fazer as terapias alternativas que o hospital oferece e fui muito bem recebida pelos profissionais”, ela conta. Outro diferencial, segundo ela, foi a atenção e o cuidado da equipe com as pacientes e os bebês: “aqui eu consegui um parto natural e o respeito pela mulher. Você chega aqui e tem uma equipe que te mostra o hospital, as instalações. Isso é único, só tem aqui. Eu quero que este lugar exista para muitas outras mulheres. Toda mulher merece o tratamento que eu tive aqui, esse lugar é muito especial”, afirma.

Natural do estado do Rio de Janeiro mas atualmente vivendo em Belo Horizonte, Margareth Lima, que teve seu parto realizado em março de 2015, também abriu mão do atendimento particular e optou por ter sua filha no Sofia Feldman. Ela conta que fez o acompanhamento final da gravidez no hospital, mas que o parto foi do jeito que planejou e sempre sonhou. “Eu só tenho a agradecer, eu amo esse lugar e sempre que eu posso eu venho aqui colaborar, participar das atividades”, afirma. A usuária lembra que teve dificuldades no pós-parto, mas que graças a equipe da instituição em poucos dias já estava em casa novamente: “foi uma luta que eu venci graças ao Sofia, com apoio, com orientação, com carinho e respeito”.

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