Projeto Colmeia promove mais agilidade no atendimento aos pacientes do SUS

Com mais de R$ 800 mil em economia e 60 colaboradores capacitados, iniciativa se consolida como referência nacional em inovação, gestão e impacto social no setor filantrópico

O que começou como uma proposta ousada de transformação dentro de um hospital filantrópico, hoje se consolida como uma iniciativa reconhecida nacionalmente pela capacidade de promover mudanças reais, especialmente em instituição de saúde que atende usuários do SUS. O Projeto Colmeia, desenvolvido pela empresa InspiraSer em parceria com o Hospital Evangélico de Belo Horizonte, acaba de concluir o terceiro ciclo com resultados expressivos: mais de R$ 800 mil em economia direta, 60 colaboradores capacitados e 19 projetos executados com foco na solução de desafios concretos da rotina hospitalar.

Segundo Paulo Taveira, diretor de novos negócios da InspiraSer e idealizador do programa, a proposta nasceu durante um planejamento estratégico da instituição, a partir da percepção de que a cultura da agilidade poderia funcionar como um “analgésico” eficaz para os problemas operacionais enfrentados no dia a dia. “A gente entendeu que a agilidade poderia ser um analgésico poderoso para a rotina hospitalar. E analgésico nunca fez tanto sentido dentro da saúde, né? ”, reflete. A abordagem inovadora fez tanto sucesso que extrapolou os muros da instituição: em dezembro de 2024, o projeto foi convidado a ser apresentado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como um exemplo nacional de inovação acessível, prática e humanizada. “Foi um convite para dividir com o país uma metodologia que engaja, entrega resultado e coloca o ser humano no centro da solução”, destaca Paulo.

O Colmeia é uma versão personalizada do programa Cooperação, também desenvolvido pela InspiraSer, e foi adaptado especificamente para o contexto e os desafios do Hospital Evangélico. A iniciativa ganhou nome, identidade visual e uma adesão genuína por parte dos colaboradores da instituição. A proposta combina três pilares metodológicos que sustentam sua eficácia: a sala de aula invertida, que antecipa os conteúdos teóricos em materiais digitais para que o tempo dos encontros seja integralmente dedicado à prática; a gamificação, que estimula o engajamento por meio de metas, pontuação, recompensas e até premiação em dinheiro; e a aprendizagem baseada em projetos, em que os participantes escolhem, junto às suas equipes, problemas reais da rotina para solucionar de forma colaborativa, com apoio técnico e escuta ativa dos pacientes.

O programa tem duração total de seis meses. No primeiro, ocorre a divulgação interna e a seleção dos participantes, por meio de entrevistas conduzidas por psicólogos da InspiraSer e aprovadas pelos gestores das áreas. No segundo mês, as equipes mergulham na análise aprofundada dos problemas escolhidos. No terceiro, acontece a geração e o refinamento das ideias, com apoio de inteligência artificial e benchmarking. Os meses seguintes são dedicados à implantação das soluções e à mensuração dos resultados. No sexto e último mês, os projetos são apresentados em um evento que simula uma mostra científica, com estandes visuais e argumentação técnica, avaliados por uma banca especializada. Na edição mais recente, no fim de junho deste ano, a banca contou com a participação da presidente da Federassantas, Kátia Rocha, que destacou a potência da iniciativa: “Percebi nas equipes do hospital um alto nível de envolvimento, satisfação e senso de valorização pelo trabalho desenvolvido, impulsionado por uma liderança comprometida. Isso gera ganhos para os pacientes, fortalece a instituição e eleva a autoestima dos colaboradores. Trabalhadores são o maior patrimônio das nossas instituições. Quando estão inspirados, suas entregas se multiplicam — e isso se reflete diretamente na qualidade do atendimento no SUS”, afirmou Kátia Rocha.

Segundo Paulo Taveira, um dos principais diferenciais do Colmeia é que ele não se torna um projeto paralelo ou desconectado da rotina das equipes. Ao contrário: como parte da solução de problemas reais, ele se insere diretamente nos fluxos de trabalho e promove mudanças visíveis no cotidiano hospitalar. “Ninguém enxerga o programa como uma atividade extra. Ele resolve o que incomoda. E isso muda tudo”, ressalta. A estrutura do projeto garante continuidade: com ferramentas digitais de registro e gestão, os resultados são documentados e podem ser replicados por outras áreas da instituição.

A edição de 2025 também reconheceu as equipes que se destacaram ao longo do processo. O primeiro lugar foi para o projeto da Unidade de Nefrologia de Contagem, que enfrentou o desafio de reduzir o absenteísmo de pacientes na hemodiálise, alcançando 44,2 pontos na avaliação. Em segundo lugar, ficou o projeto da Unidade Assistencial (Enfermagem), que buscou aumentar a adesão ao protocolo de deterioração clínica, com 44,1 pontos. O terceiro lugar foi para a Unidade de Nefrologia da Contorno, com o projeto de redução da taxa de absenteísmo, que alcançou 43,5 pontos.

Mais do que uma capacitação, o Colmeia se consolida como um movimento de transformação, pertencimento e impacto. Com uma metodologia viva, adaptável e centrada nas pessoas, o projeto mostra que, mesmo em estruturas complexas como as de hospitais filantrópicos, é possível inovar com propósito, promover engajamento genuíno e gerar resultados que permanecem.

O superintendente executivo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte (HE), Perseu Perruci, destaca os resultados positivos do Programa Colmeia, que tem como objetivo o desenvolvimento de ações de inovações e melhorias contínuas, capacitando as equipes operacionais a usarem as ferramentas de agilidade, no atendimento direto aos pacientes. “Somos uma instituição filantrópica e acreditamos que dentro da estrutura de um hospital, todos os colaboradores podem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços e para a promoção de uma experiência positiva para os pacientes que acompanhamos ou que passam algum tempo internados na nossa unidade hospitalar”, conclui.

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