Santa Casa BH amplia tratamento auditivo e realiza primeiro implante coclear em paciente do SUS

Santa Casa BH amplia tratamento auditivo e realiza primeiro implante coclear em paciente do SUS

Procedimento aconteceu na manhã desta sexta-feira (20) e tem como objetivo restituir a audição do ouvido direito da jovem Evelyn Fernanda de Assis, de 12 anos

Referência no atendimento 100% SUS em Minas Gerais em saúde auditiva, a Santa Casa BH realizou, na manhã desta sexta-feira, 20, o seu primeiro implante coclear, procedimento que coloca uma prótese no ouvido interno para tratar os casos de surdez e as perdas de audição mais graves, que é quando não há uma percepção suficiente dos sons, mesmo com a amplificação dos aparelhos auditivos comuns. A cirurgia foi realizada na jovem Evelyn Fernanda de Assis, de 12 anos, e passa a fazer parte dos tratamentos oferecidos pelos Ambulatórios Especializados Santa Casa BH.

A chefe do serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da instituição, Dra. Mirian Cabral, foi a responsável por implementar o novo tratamento e também pelo procedimento da Evelyn. Ela explicou como é feito. “O implante substitui a cóclea, uma estrutura que parece um caracol e que recebe a transmissão do som e dirige esse estímulo para o nervo que vai para o cérebro, permitindo assim que a pessoa escute e compreenda o que foi escutado. O dispositivo possui eletrodos que penetram em todo o canal da cóclea, ocupando o lugar das células defeituosas e cumprindo a sua função”, disse a médica. 

O implante foi indicado para a Evelyn, uma vez que ela apresentava surdez total no ouvido direito. Já do lado esquerdo, ela possui 40% da audição e continuará usando o aparelho comum. Eliane Pereira, sua mãe, contou que o problema começou a dar sinais na filha quando ela tinha quatro anos. “Ela pedia para que falássemos somente no seu ouvido esquerdo porque ouvia melhor. Fizemos os testes, mas ela respondia normalmente e depois de um tempo parou de reclamar. Aos nove anos, começou a se queixar de um zumbido e foi aí que percebemos que ela tinha perda de audição. Fomos ao posto de saúde, depois a um especialista, fizemos os exames e chegamos à Santa Casa BH, onde ela iniciou o tratamento”, relatou a mãe.

Antes da cirurgia, Evelyn revelou sua expectativa. “Estou ansiosa e esperançosa. Vai ser muito melhor poder escutar dos dois ouvidos”, disse animada. Não foi possível identificar a causa da surdez, mas, por ter sido gradativo, ela conseguiu desenvolver a oralidade. 

Em relação ao pós-operatório, Dra. Mirian pontua que são necessários 30 dias para que o implante coclear seja ativado. “A Evelyn passará por um trabalho de fonoaudiologia e fará exames periódicos para monitorar o funcionamento do dispositivo, que pode ser programado de diversas maneiras diferentes. Nessa fase, o apoio da família é fundamental. Vale ressaltar, também, que o implante é para o resto da vida e que ela será acompanhada por vários anos pela Santa Casa BH”, reforça. 

Demanda pelo implante é grande 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO), a cada mil crianças que nascem no país, cerca de três a cinco possuem deficiência auditiva. Considerando toda a população, a estimativa é de que, aproximadamente, 5,8 milhões de brasileiros tenham algum grau de surdez. O implante coclear é indicado para os casos mais graves e, segundo a Dra. Mirian, em Belo Horizonte, existe uma grande demanda para esse tipo de procedimento, porém muitas pessoas não sabem que estão aptas para realizar. 

No Brasil, as infecções ainda desempenham um papel importante nas causas de surdez, mas, especificamente nas crianças, outros fatores de risco são a grande quantidade de remédios tóxicos que são consumidos e a icterícia, por exemplo. “Bebês que ficam mais de cinco dias na UTI também estão mais propensos a serem afetados pela surdez. Pensando nisso, estamos desenvolvendo, aqui na Santa Casa BH, um projeto que terá como meta avaliar a audição de todas as crianças que receberem alta após esse período de cuidado intensivo”, pontuou a médica. 

Ela reforça, ainda, a importância da ampliação do tratamento na instituição – que já tratou 1.600 pacientes com aparelhos externos, desde 2019 -, uma vez que muitas complicações de saúde estão associadas à surdez. Nos idosos, ela pode estar ligada a desequilíbrios, isolamento e depressão e também já existem pesquisas que mostram atraso de cognição dos adultos que não escutam.

“A audição é um dos principais estímulos para o funcionamento cerebral, por isso é muito importante que os pacientes do SUS tenham acesso a esse tratamento. Para a Santa Casa BH, que luta para levar saúde de ponta para todos, esse é um grande marco, pois estaremos devolvendo a autoestima e proporcionando mais qualidade de vida e possibilidades de futuro para essas pessoas. Foram muitos os desafios, por isso agradeço a importante participação de todos da equipe, especialmente da fonoaudióloga Joana Pires”, finaliza a Dra. Mirian.

Sugestão de fonte: Dra. Mirian Cabral – chefe do serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Santa Casa BH

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