Até o ano passado, eram feitos mil partos por mês no Sofia Feldman. Agora, são 930. Sem reforço na verba, a partir de outubro serão 730, uma redução de quase 30% comparado com 2016.
A falta de insumos básicos e de recursos para custear os atendimentos colocam a principal maternidade do Estado à beira do precipício. Se em um mês não houver um socorro financeiro, o Sofia Feldman, na região Norte da capital, fechará metade dos leitos de UTI neonatal, o equivalente a 20 vagas, uma parte das 60 na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e a Casa da Gestante, onde grávidas de risco ficam hospedadas até o parto. Em outubro, 200 nascimentos já poderão deixar de acontecer no hospital.
A interrupção de serviços pode impactar a assistência às mulheres em Belo Horizonte, onde apenas sete maternidades atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em toda a capital, são 144 leitos de UTI neonatais. Caso sejam fechadas as vagas do Sofia, serão perdidos 13% dos espaços disponíveis para receber gratuitamente recém-nascidos em risco.
Problemas também podem ser enfrentados por mulheres que vivem no interior do Estado e buscam socorro na maternidade. Duzentos municípios com população inferior a dez mil habitantes deixarão de ser atendidos.
“Sem mais recursos, o foco de atendimento passará a ser a capital e a região metropolitana. Não teremos condição de receber grávidas de outras cidades”, afirma o diretor técnico e administrativo da unidade de saúde, Ivo Lopes.
Para a assessora de Saúde da Associação Mineira de Municípios (AMM), Juliana Marinho Diniz, o resultado pode ser um colapso na área pelo interior. Ela explica que as cidades sem UTI neonatal terão que recorrer a outros hospitais que recebam seus pacientes. “Vários deles estão em crise financeira. Então será uma negociação longa. Enquanto isso, muito bebê pode morrer”, lamenta.
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Jornal Hoje em Dia/Saúde
(Foto: Maurício Vieira via Hoje em Dia)