27 de setembro – Dia Mundial da Doação de Órgãos

A doação de órgãos ainda é cercada de tabus e desinformação e, muitas vezes, o transplante pode ser a única esperança de vida e oportunidade de um recomeço. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2019 até julho de 2021 foram realizados 55.760 transplantes no Brasil. O Ministério ainda informou que a lista de espera para realizar o procedimento em 2022, ultrapassa 56 mil pessoas em todo o Brasil.

Em Minas Gerais, os Hospitais Filantrópicos são responsáveis por realizar a maioria das cirurgias de transplantes de órgãos. Para se ter uma ideia, de 2019 a 2021, foram realizadas 4.149 cirurgias, dessas, 2.926 foram realizadas através dos Hospitais Filantrópicos do estado.

O paciente da Casa de Caridade de Muriaé Hospital São Paulo, Bruno Santiago, de 33 anos é transplantado renal há um ano e reforça a importância do diálogo entre o doador e familiares. “Em um momento de dor, os familiares tendem a dizer que não autorizam a doação, por não saberem do desejo do ente querido falecido. Converse com sua família e expresse o desejo de doar. ”

Como ser um doador?

Há dois tipos de doador. O primeiro é doador vivo e pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar parte do fígado, parte do pulmão, parte da medula óssea e um dos rins.

O segundo tipo é o doador falecido, são pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de AVC, ou traumatismo craniano. O doador falecido pode ser dividido em dois grupos: doador falecido após morte cerebral e doador falecido com parada respiratória.

De acordo com o Ministério da Saúde, o doador falecido após morte cerebral poderá doar o coração, pulmões, intestino, pâncreas, rins, fígado, córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Já o doador falecido por parada cardiorrespiratória poderá doar apenas tecidos para transplante: ossos, tendões, córnea, vasos e pele.

Uma dose de esperança

Elionara Santos, 52 anos, é natural da Bahia e está em Belo Horizonte desde 2016. Desde que chegou a cidade, faz tratamento no Hospital Evangélico de Belo Horizonte e estava na fila de espera para receber a doação de rins. Após 8 anos de espera, Elionara recebeu a notícia que mudaria a sua vida, finalmente faria o transplante.

O transplante foi realizado no dia 09 de setembro e a paciente se recupera bem. Em entrevista, ela cita a importância dos Hospitais Filantrópicos. “Os Hospitais Filantrópicos são muito importantes, através do Hospital Evangélico de Belo Horizonte eu tive acesso ao tratamento que eu não teria recursos para pagar, a minha cirurgia foi paga pelo SUS. Eu fui bem assistida do início ao fim. ”

A cirurgia realizada em Elionara foi o início de uma nova vida e a paciente finaliza dizendo que a doação é um gesto nobre e para ela, sair do tratamento de hemodiálise, é uma libertação.

Fernanda Faria, de 33 anos, descobriu a doença renal através de um exame de rotina em 2012. Realizou a cirurgia de transplante há um ano, no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. Após longos anos de espera, a paciente relata que houve uma mudança positiva em sua vida. “Hoje eu não preciso da máquina de hemodiálise para viver, e isso me possibilita ter liberdades, que antes do transplante, eu não tinha. Então, hoje eu sou uma nova Fernanda, cheia de vigor e com novas oportunidades”, finaliza.

Para quem deseja ser doador, o primeiro passo é avisar a família, para que, após a morte, os familiares possam autorizar, por escrito, a doação dos órgãos e tecidos.

Os órgãos doados vão para pacientes que estão aguardando em fila de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Fonte: Assessoria de Comunicação Federassantas – Carolina Pontes

 

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