Hospital Bom Samaritano implanta serviço de tratamento da dor para pacientes oncológicos

O controle correto permite que o paciente tenha uma melhora na qualidade de vida e no tratamento do câncer

Os pacientes atendidos no Núcleo de Especialistas em Oncologia (NEO) do Hospital Bom Samaritano (HBS) contam com um novo serviço que deve auxiliar no tratamento contra o câncer e melhorar a qualidade de vida. É o Centro de Referência em Dor do HBS, que presta atendimento especializado no tratamento de diversas dores, desde a dor física a emocional.

A princípio, no Centro são atendidos somente aqueles encaminhados pelo NEO. Por isso, o primeiro passo é dado pelo médico que já acompanha o paciente no tratamento oncológico, é ele quem define a necessidade de um tratamento de dor.

Foi o que aconteceu com Júlio César Vitorino, entregador de 54 anos que há seis meses iniciou o tratamento contra um câncer no pulmão. Depois de várias sessões de quimioterapia e radioterapia foi encaminhado para tratamento no Centro de Referência. “As dores eram fortes e frequentes, mal conseguia dormir ou me alimentar. Quando recebi o encaminhamento, sabia que seria uma oportunidade de potencializar os resultados do tratamento com menos sofrimento”, conta Vitorino satisfeito com os efeitos alcançados depois da primeira sessão: – foi tudo tão rápido e sem dor, estou bem melhor agora.

Com um tumor localizado no braço esquerdo, sentindo fortes dores e fazendo o uso constante de morfina, Gabriel Henrique da Silva de 18 anos começou o tratamento. O jovem passou por um procedimento simples, rápido e que poderia dar a ele condições de iniciar as sessões de fisioterapia e consequentemente, melhorar os movimentos do braço. “Foram pouco mais de 40 minutos e senti apenas uma leve picada. Sei que as coisas vão melhorar após o tratamento, não vejo a hora de começar a próxima etapa e em breve recuperar os movimentos perdidos por causa do tumor”, afirma Silva.

Para cada caso, existe um tipo de tratamento. Por isso é importante uma avaliação sobre a causa, a localização da dor, a intensidade e a frequência com que ela aparece. Dados da Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP) mostram que 50% dos pacientes oncológicos, na fase inicial da enfermidade, apresentaram algum tipo de dor. Número que sobe para 75% quando o paciente está na fase avançada da doença.

Traçar um plano de tratamento é essencial para a recuperação do paciente “A preocupação com uma pessoa que recebe o diagnóstico de câncer é grande. Elas estão emocionalmente debilitadas, demandam um cuidado maior. É preciso que vários profissionais estejam unidos para melhorar a qualidade de vida daquele paciente”, afirma Caio Castro Villas Boas, anestesista e especialista em dor do HBS que ressalta a importância do tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar. “Trabalhamos em conjunto: médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas; tudo para melhorar a qualidade de vida do paciente”.

Existem diversos tipos de tratamento, alguns exigem somente o uso de medicamentos, outros procedimentos não invasivos realizados com o auxílio de ultrassom e/ou raios-x. “Alguns pacientes têm necessidade de intervenção cirúrgica, outros não. É a avaliação feita caso a caso e como o paciente reage desde o primeiro atendimento que vai definir o procedimento ideal para minimizar a dor”, explica Kalendra Vilete, anestesista, membro da equipe de especialistas em dor do HBS.

A dor oncológica, apesar de ser comum nos pacientes que estão em tratamento contra o câncer, não deve ser vista como normal. Sentir dor, geralmente, é o corpo avisando que algo está errado. “Dependendo da localização da dor é possível bloquear para que ela não chegue no sistema nervoso central. A dor oncológica pode ser relacionada ao tumor, ao diagnóstico e ao tratamento. Pode também ser a dor que chamamos de dor total, onde o paciente sente a dor física, mas também emocional”, complementa Vilete sensível ao momento de cada paciente.

Fonte: Lígia Heringer

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