As frequentes dores físicas e mesmo as emocionais as quais são acometidos os pacientes em tratamento oncológico poderão encontrar um alívio em novos tratamentos oferecidos pelo Hospital Bom Samaritano, de Governador Valadares. O trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar com médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas. O primeiro passo é dado pelo médico que acompanha o paciente no tratamento oncológico, responsável por definir a necessidade desse tipo de intervenção. Dados recentes mostram que 50% dos pacientes oncológicos, na fase inicial da enfermidade, apresentaram algum tipo de dor. Número que sobe para 75% na fase avançada da doença.
Segundo a médica Kalendra Vilete, existem diversos tipos de tratamento, que são analisados caso a caso. Alguns, exigem somente o uso de medicamentos, outros procedimentos não invasivos realizados com o auxílio de ultrassom ou raios-x. Kalendra explicou ainda que a dor oncológica, apesar de ser comum nos pacientes que estão em tratamento contra o câncer, não deve ser vista como normal.
“Sentir dor, geralmente, é o corpo avisando que algo está errado. Dependendo da localização, é possível bloquear para que ela não chegue no sistema nervoso central. A dor oncológica pode ser relacionada ao tumor, ao diagnóstico e ao tratamento. Pode também ser a dor que chamamos de dor total, onde o paciente sente a dor física, mas também emocional”, complementou.
O seu colega de equipe, Caio Castro Villas Boas, é essencial traçar um plano de tratamento para a recuperação do paciente “A preocupação com uma pessoa que recebe o diagnóstico de câncer é grande. Elas estão emocionalmente debilitadas, demandam um cuidado maior. É preciso que vários profissionais estejam unidos para melhorar a qualidade de vida daquele paciente”, afirmou.
Foi o que aconteceu com Júlio César Vitorino, entregador de 54 anos que há seis meses iniciou o tratamento contra um câncer no pulmão. Depois de várias sessões de quimioterapia e radioterapia foi encaminhado para tratamento no centro de referência. “As dores eram fortes e frequentes, mal conseguia dormir ou me alimentar. Quando recebi o encaminhamento, sabia que seria uma oportunidade de potencializar os resultados do tratamento com menos sofrimento”, contou Vitorino satisfeito com os efeitos alcançados depois da primeira sessão: – foi tudo tão rápido e sem dor, estou bem melhor agora.
Com um tumor localizado no braço esquerdo, sentindo fortes dores e fazendo o uso constante de morfina, Gabriel Henrique da Silva de 18 anos, começou o tratamento. O jovem passou por um procedimento simples, rápido e que poderia dar a ele condições de iniciar as sessões de fisioterapia e consequentemente, melhorar os movimentos do braço. “Foram pouco mais de 40 minutos e senti apenas uma leve picada. Sei que as coisas vão melhorar após o tratamento, não vejo a hora de começar a próxima etapa e em breve recuperar os movimentos perdidos por causa do tumor”, afirmou.
Fonte: Jornal dos Vales
