Projeto São Chico Acolhe da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis emprega migrantes e PCDs em Belo Horizonte

Projeto São Chico Acolhe da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis emprega migrantes e PCDs em Belo Horizonte

Deixar para trás a família, os amigos, a casa, a cidade que nasceu. Fugir da fome e buscar uma vida melhor, um trabalho para ajudar os entes queridos que ficaram. Essa é a história do serralheiro e soldador venezuelano Kevin Spinetti, de 29 anos, que migrou para o Brasil fugindo das dificuldades econômicas e políticas de seu país.

Depois de passar por Rondônia e Santa Catarina, ele chegou a Belo Horizonte há sete meses. Com a ajuda da Fundação Jesuíta, ele conseguiu emprego formal com carteira assinada e todos os benefícios trabalhistas dentro do Projeto São Chico Acolhe da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis (FHSFA), no bairro Concórdia, que atende somente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A jornada não foi fácil. Kevin teve os pertences, inclusive os documentos roubados em Porto Velho, mas a esperança de uma vida melhor em terras brasileiras continua o incentivando. Ele trabalha no Setor de Manutenção do Hospital São Francisco de Assis, faz planos para retomar os estudos e conseguir um certificado de soldador para melhorar profissionalmente dentro de sua área de atuação.

Humanização
Como Kevin Spinetti, de acordo com os dados de 2023 do Relatório de Gestão da instituição, outros 16 estrangeiros da Venezuela, Peru, Equador, Haiti, Cuba e Colômbia também estão empregados na Fundação em diversos setores. Vivendo em Belo Horizonte há quatro anos, o também venezuelano Alexis Ochoa Pante trabalha há seis meses no Setor de Manutenção da unidade Concórdia do Hospital São Francisco de Assis.

Com graduação completa em Segurança do Trabalho, ele está muito adaptado à cultura mineira e às brincadeiras dos colegas. O idioma espanhol é o motivo recorrente de “bromas” ou piadas. Aos 30 anos, ele fala bem o português e espera ter uma oportunidade na área na qual se formou. Alexis deixou os pais e dois irmãos na cidade Boliva, que faz fronteira com Boa Vista, em Roraima. Mensalmente, ele manda ajuda financeira para os familiares, uma vez que somente o pai está empregado na Venezuela.

O médico e superintendente técnico-assistencial da Fundação Hospitalar São Francisco de Assis, Dr.Leonardo Brescia, explica que o Projeto São Francisco Acolhe tem o objetivo aumentar as ações de humanização do atendimento dos pacientes e de responsabilidade social da instituição. Além disso, a iniciativa promove a diversidade com a contratação de migrantes e também pessoas com deficiência (PCDs).

O superintendente Dr.Leonardo Brescia avalia como muito positiva a criação do Projeto São Chico Acolhe. A contratação de migrantes e de PCDs têm transformado as relações de trabalho na Fundação, que possui atualmente mais de 1.600 colaboradores. Desse total, além dos estrangeiros outros 39 são PCDs.

A auxiliar administrativa Kênia Milanez Costa Gonçalves chegou à FHFSA há sete meses. Com 25% de perda auditiva, ela trabalha no Setor de Comunicação e Relações Institucionais. Com um jeito tímido e tranquilo, ela está sempre disposta a ajudar todos os colaboradores do setor. Para Kênia, a adaptação ao setor foi bem tranquila.

Como auxiliar de comunicação, ela é responsável por fazer as divulgações nos quadros de avisos, nos e-mail, receber e encaminhar as Ordens de Serviço (OSs) e ajudar a equipe do setor em eventos e nas ações cotidianas. Para ela, a oportunidade está trazendo novos conhecimentos, como utilizar o Drive, o Trello e e-mails marketing entre outras atividades.

Diversidade
Apesar de o projeto ter menos de um ano, a Fundação sempre teve um olhar voltado para a diversidade. O estrangeiro mais antigo contratado na instituição está na área administrativa desde março de 2020. É venezuelano e trabalha na manutenção como pedreiro.

Segundo Dr.Leonardo Brescia, o Setor de Ensino do hospital recebe médicos residentes estrangeiros desde 2014. Já passaram pelo setor 45 médicos de vários países. Hoje são 16 médicos especializandos e um analista administrativo da Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. Desenvolvido pelo Setor de Recursos Humanos, o Projeto São Chico Acolhe permitiu a contratação de profissionais acima de 60 anos. Na Fundação Hospitalar São Francisco de Assis o etarismo não tem vez.

Assessoria de Imprensa: Telma Santos

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